Uma questão de fé

Actualmente em Portugal votar num partido político é uma questão de fé. Porquê? Simplesmente porque não temos informação suficiente para determinarmos por nós próprios qual a melhor solução. Existem muitas soluções teóricas (bem quando existem) apresentadas pelos diversos políticos, mas a realidade é que nem nós, nem eles sabem se algum dia essas propostas vão resultar. Porquê? Porque não são sustentados em factos reais, mas sim em dogmas ideológicos, ou em Portugal simplesmente em Dogmas. Os dois maiores dogmas que existem actualmente são:

- O Estado é sempre mais ineficiente do que a iniciativa privada;
- O Estado é o melhor executante para determinado serviço;

Tomemos o exemplo da Educação. Mediante uma pessoa tenha o Primeiro ou o Segundo Dogma defenderá que a Educação deve ser privatizada ou deve ser Estatal.

A minha questão é: em que dados concretos nacionais é que se baseiam para afirmar isso? É que eu já tentei anteriormente encontrar os dados que me permitissem aferir da eficiência ou não das Escolas publicas e não consegui. Todos os dados são agregados e é impossível distinguir o que é custo de supervisão e planeamento do que são custos operacionais. Além de que nunca consegui aceder às contas de uma Escola privada.

Sendo assim como é que posso aferir que um é mais eficiente que o outro?

E esta questão ainda só se prende com a eficiência financeira e não com a eficácia educativa, que é uma questão muito mais elaborada.

Assim, antes de qualquer acção dita “milagrosa” para os problemas em Portugal, antes de qualquer privatização ou nacionalização, fizessem algo muito mais importante, dessem aos cidadãos portugueses a liberdade de decisão, e isso só é possível quando os cidadãos portugueses tiverem informações que os permitam decidir.

Enquanto isso não acontecer a votação será sempre uma questão de fé e a decisão estará sempre concentrada num demasiado pequeno número de pessoas.

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