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A minha Liberdade

Foi a primeira vez que cheguei ao Marquês num 25 de Abril. Uma multidão de tons avermelhados, cravos e acordes de Abril estavam à minha espera.
Estava curioso para ver os rostos da multidão, os seus olhares. Vi de tudo, mas tudo tinha algo em comum: o sorriso. Sorri também e integrei a multidão.
Atravessei a rotunda, não pela primeira vez, mas a sensação é sempre a mesma. Uma estranha sensação de liberdade, de transgressão, de fazer algo pouco habitual. Uma sensação identicamente de certo e errado.
Sentei-me por baixo do Marquês, fumei um cigarro e contemplei a longa e rectilinea avenida que ilusoriamente parece desembocar no nosso imenso Tejo. Ouvia as pessoas, imensas, a falarem. Conversas sem interesse particular para mim, mas que compunham perfeitamente a banda sonora para o meu cenário.
Enviei uma mensagem, queria partilhar o momento. Afinal é isso que torna um momento real.
Iniciei a marcha que me levaria aos Restauradores. Pelo caminho cruzei-me com activistas que me entregavam panfletos das suas causas. Troquei umas palavras e despedi-me com um "parabéns" merecidos ao Movimento a que ele pertencia.
Continuei a minha marcha pelo meio da avenida. Nos passeios, novos e velhos, familias e pessoas sozinhas, esperavam o desfile. Muitos curiosos - turistas - captavam os momentos com as suas objectivas. Fiz o mesmo. Fotografei tudo o que despertava a minha atenção, em particular uma chaimite, que considerei o digno simbolo do dia de hoje. Pintada com graffitis, representava ao mesmo tempo o passado e o presente. E a música incontornável de Zeca Afonso, que saia das suas colunas, fazia tanto sentido em 1974 como agora, 35 anos depois.
Terminei a minha marcha da forma que me pareceu mais apropriada: a escrever livremente e a beber um Pirata!

Sugestão para o próximo 25 de Abril

A minha sugestão para o próximo 25 de Abril, já que é tarde demais para ser implementado este ano, é que se comemore na Madeira em vez de Lisboa. É que é injusto que passado 35 anos, o 25 de Abril ainda não tenha lá chegado.
Sem dúvida um caso típico de insularidade...

Visão de excelência

Recomendo a todos a compra/leitura da Visão desta semana. Numa fase em que muitos tentam branquear o regime ditatorial que vigorava antes do 25 de Abril (que não foi só do Salazar, foi também de Champalimaud, Mello, Espirito Santo, etc...) esta edição tem o condão de nos transportar um bocadinho ao passado. A um passado de opressão que muitos fazem um esforço para nos esquecermos...


Viva todos os dias depois do 25 de Abril de 1974

É algo que este país pode ter orgulho, foi sem duvida uma revolução original de cravos que apaixonou não só Portugal como também os países estrangeiros. Eu sei que tenho a tendência para maioritariamente falar mal de algo, mas agora que as festividades já passaram é altura de celebrar todos os dias que se lhe seguiram e que ainda continuam para executar todos os ideais saidos dessa singela revolução.

Ainda existe muito para melhorar, muito por que combater "ordeiramente", mas também muito a preservar. Sou da geração do 25 de Abril "falado", isto é, não o presenciei, mas sei que o legado que me deixou não deve de ser ignorado e que não é uma certeza, mas sim uma incerteza que tentamos manter certa.

A democracia, embora alicerçado por milhões de portugueses, ainda não é um facto mas uma realidade que precisa em qualquer momento de cuidados. Cuidados com o ensino da tolerância, com a preservação dos nosso direitos e com o que conquistamos.

Foi tudo concretizado? Não e nunca será, a perfeição não se atinge é uma constante caminhada que teremos de efectuar, mas que em qualquer dos passos vale todo o sacrifício que empenhamos na mesma...

Viva o 25 de Abril, o 1º de Maio, todos os dias entre e todos os dias que se lhe sucederam!