Irão para onde?

Há uns anos anos atrás quando “olhava” para o Irão via um país de fundamentalistas e extremistas Islâmicos. Para mim Khomenei era a imagem de qualquer Iraniano e todas as mulheres andavam de Burqa. Isso era o Irão para mim, mas depois um filme mudou por completo a minha visão deste país e despertou o meu interesse que até aí era superficial. Falo obviamente de Persepolis. Ora tudo o que se passava nesse filme não se enquadrava na imagem que eu tinha criado desse país. Aliás a própria existência desse filme e dessa história seria uma impossibilidade caso a minha anterior imagem tivesse correcta.

Obviamente, curioso como sou fui tentar conhecer melhor o país e os seus habitantes. E encontrei uma imagem completamente diferente daquela que tinha criado anteriormente. O Irão não é um país qualquer, nem no mundo, nem naquela região. É um país historico e com uma cultura milenar, um mosaico de tendências e visões e um verdadeiro melting pot do mundo muçulmano. E em termos politicos consegue também ser muito original, pois é ao mesmo tempo uma teocracia e uma democracia. Aliás se aprofundarmos o sistema politico iraniano rapidamente verificamos que na forma não é muito diferente da nossa, sendo que o papel que nós damos aos juizes eles dão aos mullahs (o que faz toda a diferença, mas que é natural numa teocracia).

Mas estas contradições não terminam aqui, pois sendo um regime muito severo e tradicionalista, é também o país muçulmanos em que existem mais ONG que defendem a igualdade entre as mulheres.

Posto isto chegamos então ao presente e facilmente verificamos que estas manifestações não são fruto de algo espontaneo, mas fruto de uma cultura forte e de um passado recente de um crescimento do pensamento liberal (não no sentido economico desta palavra) dos mais jovens. As eleições foram apenas o rastilho para o que já se sentia há muito tempo, uma separação crescente entre fundamentalistas religiosos e uma parte da população mais liberal.

O choque era inevitável e está acontecer. No entanto para quem está de fora, este tema é muito sensível, pois se é verdade que neste momento luto pelo sucesso dos protestantes (que muito provavelmente teriam a capacidade de tornar o Irão num país muito importante a nível internacional) mas sei também que os países e os seus líderes não poderão fazer muito sob pena de retirar força aos protestos e protestantes.

Resta-me apenas esperar que tenham sucesso e não deixar de escrever a minha admiração por quem, sob pena de morte, tem a coragem de ir para a rua e lutar pelo que acha justo, por um país mais livre e democrático. Possivelmente estamos a assistir a um marco histórico, mas como tudo nesta vida ainda são as incertezas que marcam a actualidade.

Se é certo que o Irão poderá tornar-se numa sociedade mais aberta e livre, também é verdade que o actual regime ainda conta com muitos apoiantes, pelo que ainda não se sabe para onde penderá o fiel da balança. Resta-me apenas questionar: Irão para onde?

Prémio Lemniscata






Só me posso sentir muito honrado, e visivelmente contente, quando alguém decide atribuir a este espaço um prémio. Esse sentimento aumenta muito quando o intuito do prémio é como este. E depois aumenta muito mais quando é atribuido por alguém como o Carlos Santos que é simplesmente o autor do excelente blogue "O valor das ideias" (blogue que já tinha falado anteriormente) que ainda esta semana foi mencionado na crónica do Rui Tavares no Público desta quarta feira. Assim compete-me agora escolher 7 blogues para atribuir este prémio. Deixo então abaixo o texto oficial do prémio, e como não podia deixar de ser, após isso farei um pequeno texto a justificar a minha escolha:



“O selo deste prémio foi criado a pensar nos blogs que demonstram talento, seja nas artes, nas letras, nas ciências, na poesia ou em qualquer outra área e que, com isso, enriquecem a blogosfera e a vida dos seus leitores."
Sobre o significado de LEMNISCATA:LEMNISCATA: “curva geométrica com a forma semelhante à de um 8; lugar geométrico dos pontos tais que o produto das distâncias a dois pontos fixos é constante.”Lemniscato: ornado de fitas Do grego Lemniskos, do latim, Lemniscu: fita que pendia das coroas de louro destinadas aos vencedores(In Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora)
Acrescento que o símbolo do infinito é um 8 deitado, em tudo semelhante a esta fita, que não tem interior nem exterior, tal como no anel de Möbius, que se percorre infinitamente.
Texto da editora de “Pérola da cultura”
Seguindo as regras este prémio é para ser atribuído de seguida a 7 blogues. Assim, sem qualquer ordem prévia:










Agora, como tinha dito anteriormente vem a motivação da escolha:


O Cartel - Este espaço não é um blogue é um autentico serviço público. É constituido maioritariamente por professores e o seu trabalho é simplesmente fantastico. Ligado obviamente à temática da Educação, não só podemos encontrar temas especificos ligados à carreira de docência como também opinião de excelente qualidade. É um perfeito exemplo de como a blogoesfera pode ser algo extremamente positivo. A todos os seus autores os meus mais sinceros e enormes parabéns.


Os pássaros não têm nariz - Este é um prémio atribuido pelo passado (recente), o presente e o futuro (que julgo que será brilhante). É um blogue que foge aos parametros normais do ritmo da blogoesfera. O autor não escreve com regularidade, mas quando o faz, faz com uma elevada qualidade. É uma lufada de ar fresco (ainda recente na blogoesfera) mas que merece ser acompanhado por todos. É uma aposta de futuro, mas uma aposta certa. Sem duvida um blogue para quem priveligia a qualidade à quantidade.


O Afilhado - Só recentemente é que tive conhecimento deste blogue, mas foi uma optima supresa. Quem acompanha o blogue e os meus comentários por lá verá que a maioria das vezes não concordo com o que é dito, e por várias vezes as discussões prolongam-se bastante. Mas a qualidade não se mede pela concordância da opinião. Este é um espaço de qualidade (em que os temas são muito variados e ao sabor do autor, o que admiro sempre) com um autor de qualidade. Além disso, por causa das caracteristicas do autor é um espaço de debate franco e aberto, onde se pode efectivamente discutir o tema em si!


Speakers Corner Liberal Social - Este é um blogue de um movimento politico. No entanto existe algo que os distingue dos outros, é que é um blogue e funciona como um blogue! A maioria dos blogues que se inserem em movimentos ou partidos politico são meros acrescentos quase ficticios da máquina partidária. Este espaço não é assim, e isso faz dele unico. É um espaço dos autores e não do movimento, o que o torna quase, senão mesmo, unico em Portugal. Assim, além da divulgação do Movimento em si é um espaço onde podemos saber a opinião efectiva dos seus membros mesmo que esta seja contra a posição oficial do movimento. Neste espaço a liberdade de expressão não é um mero "chavão" mas sim algo que é praticado efectivamente. Sem duvida um espaço merecedor deste prémio.


Fiel Inimigo - para quem me acompanha ou acompanha este blogue, esta poderá ser a nomeação mais estranha. Mas este prémio vai principalmente para uma comentadora e não para os seus autores. Falo da ML, obviamente! Julgo que foi neste espaço que a conheci e tem sido, além do mais uma lição para mim. E como, infelizmente para nós, ela não tem blogue, escolho este espaço pois os seus comentários valem ouro. Desculpem todos os outros comentadores, mas a ML é sem duvida a number one na minha lista, numa simples palavra ela é um espectaculo! Pelo que sabe, pela personalidade, pela maneira de encarar os debates, pela maneira como estrutura o seu comentário, e por tudo mais, ela por si só vale este prémio.

Mas atenção o espaço em si também é unico na blogoesfera portuguesa, não tanto por causa da qualidade dos seus artigos mas porque autores com aquelas opiniões e com o tipo de argumentação que utilizam acabam sempre por censurar os comentadores com quem eles não concordam, algo que nunca aconteceu ali. Pode parecer pouco, mas acreditem, já passei por muitos blogues parecidos e realmente este é um espaço unico nesse sentido.


O Valor das Ideias - Bem já disse anteriormente a minha opinião sobre este blogue. Não sei se foi pelo tempo que o autor passou em Inglaterra, se foi por outro motivo, mas a verdade é que criou um blogue à moda "estrangeira". Isto é, um blogue onde os artigos e as posições são fundamentados e onde uma pessoa aprende muito. Em poucas palavras, para não me alongar muito, é um blogue à Paul Krugman! Uma referência sem duvida da blogoesfera portuguesa.


Ladrões de Bicicletas - Outro blogue do qual já tinha falado anteriormente. Tenho de confessar que já acompanho este blogue desde que eles ainda só roubavam "triciclos" e uma coisa é certa eles só conseguem surpreender pela positiva. Este blogue é tudo o que um blogue deve ser!

Aforradores Lusitaniae

Sempre me vez alguma confusão a figura central do hommo economicus (HE) na teoria económica. Para além da grande “querela” sobre o egoismo vs altruismo, existia outra coisa que me fazia muita confusão, ou como eu gosto de dizer me provocava comichão nos meus neurónios. Falo do comportamento esperado desta figura central da teoria. O HE era verdadeiramente um heroi da era moderna, pois por causa dele e do seu comportamento todos os problemas ficavam resolvidos. O HE é no entanto apresentado como um ser amarrado às correntes do Estado e para poder agir de forma heróica só tem de se soltar (ou ser solto). Assim o Estado estava para HE como o Kriptonite está para o Super-homem.

Uma vez solto, a sua acção, o seu dinamismo, a sua procura em se superar e fazer as coisas melhor, motivados pelo seu interesse próprio, fariam com que um verdadeiro Céu fosse criado na Terra, todos os problemas fossem resolvidos e vivessemos felizes para sempre. O melhor desta história é que, ao contrário do Super-homem que é único, existem milhões de HE na Terra, pois os HE são os Seres Humanos.

Ora o que me faz muita confusão é a realidade que vivo, ou seja, a realidade portuguesa e dos portugueses. Aqui no nosso cantinho, sempre que via a diminuição do Kriptonite (ou seja Estado), eu não via os HE a aparecer, mas algo que até agora não conseguia identificar. E olhava para os locais onde supostamente estes HE habitam (os mercados) e não funcionavam (por exemplo: o mercado imobiliário, quer na sua vertente de arrendamento, quer na sua versão de venda – embora seja valido para a generalidade dos empresários) como seria de esperar. A justificação habitual que nos contam é que Portugal é um país rico em Kriptonite e por isso é que os HE são fracos. Honestamente, para mim sempre foi um desculpa de mau pagador...

Ora, para mim, a razão mais obvia seria uma razão cultural, mais propriamente um “atraso cultural” sistemático dos portugueses. No entanto julgo agora que estava errado. Motivado por uma pergunta do Tiago Ramalho, pensei mais no assunto. E julgo ter encontrado uma pista para conseguir compreender melhor a nossa realidade: os AFORRADORES LUSITANIAE (AL).

Ou seja, em Portugal não existem HE, ou o seu numero é muito baixo. A figura central de uma teoria economica aplicada à realidade portuguesa deveria ser centrada nesta figura de AL e não na figura anglosaxónica de HE. Obviamente esta afirmação pede a seguinte pergunta: “Mas que raio são os AFORRADORES LUSITANIAE?”

Os AL são pessoas cuja principal motivação é a criacção de uma poupança que lhes dê um rendimento mais ou menos certo, que permita ter um nível de vida que o AL considere aceitável. Assim o objectivo do AL é atingir um determinado patamar de rendimento e não o incremento constante desse rendimento como acontece com os HE. Por outro lado, e ao contrário do HE, o AL não é “geneticamente” concorrencial, como o seu foco de atenção está dependente de atingir determinado rendimento, o que lhe interessa é a garantia desse rendimento e não o incremento do mesmo. Ou seja, mais rapidamente o AL chega a um pacto de não-agressão com outro AL (de forma a minimizar o risco e garantir assim o rendimento pretendido) do que entra em “guerra aberta” como os HE fazem. Finalmente outro aspecto muito importante, é o facto de se comportar como um aforrador, isto é coloca o dinheiro em determinado activo, e fica apenas à espera de receber os juros sem precisar de se esforçar, o que leva a que o AL não seja inovador.

Desta forma, se pensarmos no típico senhorio, dono de café, empresário de uma pequena empresa e demais exemplos da fauna económica verificamos que eles se comportam exactamente como um AL.

E como apareceu este AL? Bem, não encontrei em nenhum livro a resposta a esta pergunta, mas nas sapientes palavras do meu pai (que embora tenha apenas a 4ª classe a sua sapiência vinda de uma vida cheia de experiência em muito ultrapassa a deste seu pequeno filho). Como o meu pai me conta, antigamente não existiam reformas. Assim a grande questão da vida de uma pessoa passava por saber como é que conseguiriam sobreviver quando já não tivessem forças para trabalhar. Esta necessidade guiava as pessoas para, ao longo das suas vidas, fazerem algumas poupanças para: (a) comprar ou construir uma casa para poderem alugar e ter um rendimento fixo, (b) abrir um pequeno negócio (por exemplo um café, restaurante, oficina) que trouxesse um rendimento fixo para ele e a familia. Obviamente outra solução seria fazer muitos filhos e esperar que eles o sustentassem, mas ficar dependente desta solução era demasiada arriscada e criava uma ligação de dependência considerado contra natura pelo tipico português.

Dito isto julgo que seria muito interessante pegar nesta figura (o AL) e simular o que acontece a uma sociedade de AL em que sejam aplicadas soluções da teoria neoclássica economica. Isto é, a que conclusões chegará a teoria económica se, em vez de aplicar o HE, aplicar o AL?

Crónica de um ex-fumador

Sei que em tempos comecei esta crónica, mais propriamente quando a nova lei do tabaco entrou em vigor, e não a continuei pela razão mais óbvia: voltei a fumar.

Foi apenas uma das muitas tentativas frustradas de deixar de fumar. Basicamente já utilizei quase todos os métodos que existem, desde a utilização da passagem de ano, até choques eléctricos (não se assustem, tinha o efeito de acupunctura).

E, também por razões óbvias, retomo esta crónica: deixei de fumar. No entanto ainda é uma decisão demasiado recente para saber se resultará ou não. Peço desde já desculpa ao leitores habituais por, muito provavelmente, nestes próximos dias falar apenas sobre este tema.

Neste momento em que escrevo, ainda tenho bastante nicotina no meu corpo, pelo que ainda não começou a parte física mais complicada. Isso vai ficar para logo mais tarde. Eu sei que para quem nunca foi muito viciado (ou sequer viciado) é muito difícil de entender a enorme dificuldade que é deixar de fumar, a dificuldade de fazeres um compromisso contrário ao que o teu corpo e, principalmente, a tua mente pedem.

Esse é um dos objectivos desta crónica, que ao descrever o que me vai acontecendo, ao escrever o que penso possam passar a compreender um pouco melhor.

Não sei se vou ter sucesso, neste momento em que escrevo julgo que sim, que este foi o meu ultimo dia enquanto fumador, no entanto como em tudo na vida, não existe nenhuma garantia de sucesso…

Europa ferida de morte?

Não sei se concordo totalmente com o titulo deste artigo, mas parece-me obvio que a União Europeia sofreu um duro golpe nesta noite. Julgo mesmo que não é exagero dizer que o maior ganhador desta noite são os USA (comentarei sobre isto mais abaixo).
O primeiro golpe duro foi sem duvida a abstenção, que uma vez mais bateu o record, sendo particularmente alta nos paises recém entrados. Ora este é um duplo sinal negativo, o primeiro para os politicos, pois claramente afastaram o eleitorado das questões europeias, o segundo para os eleitores que assim comprovam que afinal não se interessam assim tanto por processos mais democráticos na União Europeia. Qualquer que seja a leitura a verdade é que cada vez mais a União Europeia é sentida como algo distante e quanto mais distante ela ficar mais fraca ela fica.
Este distanciamento foi aproveitado por alguns movimentos mais radicais, que viram o seu peso ser reforçado nestas eleições, nomeadamente os movimentos e partidos nacionalistas. E isto é deveras preocupante, não só porque estes são anti-europeus, como a nível doméstico começam a ser vistos como forças legitimas do cenário politico, o que significa, em tempos de crise uma preocupação acrescida para todos nós (como a Alemanha Nazi bem demonstrou o nacionalismo num país estrangeiro não é apenas um problema para esse país).
Para além destes cresce muito os partidos eurocepticos (que provavelmente ultrapassaram os 100 deputados) pelo que os processos no Parlamento europeu serão ainda mais dificeis que anteriormente.
Depois, e também preocupante, é o facto de os partidos do arco da construção europeia todos eles terem perdido deputados, ou seja o PSE, a ALDE e o PPE. No entanto o PPE é o vencedor da noite pois é o partido com mais deputados no parlamento europeu (conquistou 267 contra os 288 em 2004/2007). O que demonstra o quão afastados ainda estamos da União Europeia. Nos ultimos anos têm "chovido" criticas quanto à actuação da União Europeia. Ora o expectavel era que o Partido que governou os destinos na União Europeia fosse penalizado e perdesse a maioria no Parlamento, no entanto tal não aconteceu e na maioria dos países até saiu reforçado. Não esquecer que nestas eleições o PPE acabou por perder um dos seus elementos de peso: o Partido Conservador Inglês, que, se não estou enganado vai criar um partido de "eurocepticos". Desta forma na melhor das hipoteses a União Europeia vai continuar a trabalhar como trabalhou até agora.
Bem posto isto, porque é que eu digo que os USA são os maiores vencedores? Bem, do cenário que tracei é liquido que a União Europeia ainda vai trabalhar mais "lentamente", o que ainda dará mais força aos Eurocepticos. Neste cenário verificaremos uma muito provável desagregação da União Europeia e do projecto europeu. Ora se é verdade que a União Europeia começava a consolidar o seu espaço e a "ameaçar" a hegemonia dos USA também é verdade que esse trabalho poderá ser completamente infrutifero se não tiver seguimento. Pior é o facto de que vivemos uma epoca de crise profunda em que as oportunidades escasseam, e enquanto a União Europeia vai ficar os próximos tempos a pensar no seu futuro, os USA vão se recompor e aproveitar todas as oportunidades perdidas pela União Europeia.
Numa Era dos grandes blocos (China, India, USA, América Latina) a União Europeia caminha a passos largos para a sua desagregação, e muito honestamente, neste cenário é verdadeiramente estupido os discursos que aconteceram em Portugal!
P.S. Resultados podem ser verificados aqui e aqui.

PPE Ganha as eleições!

As primeiras projecções já sairam e o PPE é o vencedor da noite em termos de deputados. A análise destas primeiras sondagens seguem dentro de momentos, mas não julgo ter sido nada positivo!

Enquanto espero...

Enquanto espero pelos resultados europeus tenho acompanhado aqui (seguir link par quem tenha facebook) os comentários de vários europeus e uma tendência preocupante começa a se desenhar: os partidos nacionalistas estão a ganhar poder...

Eleições europeias

Ainda hoje analisarei e darei os resultados a nível europeu aqui para quem quiser acompanhar.

Dossier Europeias 2009 - Fim!


Termino agora o Dossier Europeias 2009. Nas ultimas duas semanas tentei (embora admito escassamente) escrever artigos que pudessem dar alguma informação extra e que pudesse contribuir um pouco para uma maior esclarecimento sobre o funcionamento da União Europeia, nomeadamente do seu Parlamento Europeu e das ideias que os vários partidos europeus que concorrem em Portugal defendem. Julgo que muito ficou por se dizer e escrever, resta-me então fazer a minha ultima “reflexão” antes de entrarmos no periodo propriamente dito.

Começo pela minha intenção de voto. Embora não seja nenhuma surpresa para quem me acompanha nestas lides bloguisticas, e não só, a minha escolha acabou por ser uma surpresa para mim. O meu voto vai ser no Partido Socialista, e embora tenha muitos motivos, o principal foi o facto de estar a votar no Partido Socialista Europeu, que dos três unicos partidos que se apresentam às urnas em Portugal é o mais próximo do que eu defendo para Europa, e também dos três o mais preparado e coeso. Tenho pena que o grupo dos Liberais (a ALDE) não tenha um representante em Portugal pois aí a decisão seria muito mais dificil (bem, ou talvez não).

Comecemos então a reflexão, primeiro a nivel nacional, neste caso pela campanha. A campanha eleitoral foi má. Optimista como sou estava à espera de mais, no entanto julgo que ficou claro que a mudança ainda vai demorar muito a ser implementado. Um primeiro problema foram os media. Muito do acesso à informação de campanha em Portugal é feita através destes e ao escolherem as “tricas” entre candidatos acabam por dar uma imagem que não corresponde à realidade total da campanha. Existiu iniciativas por alguns orgãos dos media, mas foram manifestamente insuficiente e tudo fizeram para “incendiar” os animos da campanha. O incidente do “imposto europeu” foi um perfeito exemplo. A afirmação do Vital foi claramente provocada pelo jornalista.

Mas serão eles os grandes responsáveis? Bem, primeiro não existe um grande responsável, todos fomos responsáveis. No caso dos candidatos, se é verdade que os media cobriram muitas vezes empolaram ou pressionaram, a verdade é que os candidatos fizeram essas afirmações e na maioria das vezes por sua iniciativa e plenos de consciência que essa actitude lesava a campanha. O caso BPN foi utilizado pelo PS e pelo PSD para trocarem galhardetes e cada qual quis se transformar na “donzela virgem” da questão. Além disso a qualidade dos candidatos foi muito fraca e irresponsável. Julgo que não existiu um verdadeiro combate à abstenção e nenhum candidato quis realmente efectuar um esclarecimento à população. Por exemplo ainda hoje ouvi o Paulo Rangel dizer que tinha feito isso quando na realidade tinha acabado de utilizar os 5 minutos de tempo de antena para se promover epara fazer tudo menos isso.

Quanto ao presumivel resultado individual, julgo que vai ser irrelevante. Nem o PSD vai conseguir iniciar uma vertente de vitoria, nem o PS vai aniquilar o PSD, nem os votos de protesto vão servir para alguma coisa. A única coisa importante daqui é saber quantos deputados os três partidos europeu ganham no circulo eleitoral Europeu (analisarei mais à frente). Ou seja foi um enorme desperdicio de dinheiro nesta campanha, pois eu e vocês estamos a pagar para que os partidos nos possam esclarecer e não para que eles “afinem” as suas máquinas para as próximas eleições.

Uma nota final desta reflexão nacional, para falar de estratégia. Julgo que neste campo o PSD vai ser o grande perdedor (e é bem possível que a perda só se materialize nas legislativas). Primeiro porque apresentou-se sem projecto sólido, o que não é natural num partido “de poder” (tenho sérias duvidas que ainda o seja). Julgo que a gota de agua foi apresentar uma ideia (Erasmus-emprego) que não é original e que ainda por cima pertence ao grupo parlamentar oposto (pertence ao PSE). Depois, porque quis bi-polarizar o confronto nesta campanha europeia (PSD Vs PS) e muito possivelmente com isso consegue estancar a hemorragia que o PS estava a ter para o Bloco de Esquerda.

Agora iniciarei a reflexão europeia. Começo com as nossas eleições. Se a tendência se mantiver, vai existir um derrotado em Portugal: Partido Socialista Europeu. Este partido perderá 3 deputados do seu circulo eleitoral português (passa de 12 para 9). Por outro lado o vencedor será claramente a Esquerda Unitária que vê o seu numero de deputados aumentar de 3 para 4. Não esquecer que este ano o circulo eleitoral português perde 2 deputados pelo que o resultado em peso relativo é ainda maior. Tal significa (e se a tendência continuar) que Durão Barroso irá continuar e a politica europeia não mudará nos próximos 4 anos o que será muito mau para a União Europeia colectivamente e para os países individualmente.

Por outro lado, estes resultados acabam por reflectir um pouco do que é expectável de acontecer no resto da Europa: um aumento da abstenção e um maior peso de movimentos mais radicais (embora as tendências da radicalidade varie de país para país). E isto será talvez o ponto mais preocupante destas eleições. Se estas eleições forem indicadoras do movimento democratico futuro então espera-nos uma verdadeira tragédia. Da ultima vez que juntámos uma crise financeira, uma elevada abstenção e um “empowerment” de movimentos radicais e nacionalistas milhões de pessoas morreram e existiu uma guerra mundial.

Por outro lado, a elevada abstenção irá fazer com que no parlamento europeu exista um irrealista peso de “eurocépticos” o que vai ser muito mau. A União Europeia já ganhou um espaço importante no mundo e provou que os países unidos são muito mais do que as suas somas. Numa altura de crise as oportunidades têm de ser aproveitadas sob pena de danos irreparáveis, e numa altura que os USA vacilam seria a oportunidade perfeita para a União Europeia arrancar definitivamente. No entanto este eurocepticismo poderá fazer com que a União entre em sentido contrário e possa mesmo colapsar a médio prazo. O aumento dos eurocepticos no parlamento europeu, numa altura em que o parlamento poderá ganhar novos poder poderá ser um erro que nós iremos pagar bem caro. O grande beneficiário será os USA, o que não deixa de ser irónico, pois os eurocépticos que são tão anti-Obama poderão ser a chave do sucesso do Obama nos USA que irá potenciar ao máximo o espaço que a União Europeia não conquistar. Assim é com muita tristeza que vejo o partido Independentista subir ao segundo lugar no Reino Unido, que vejo os nacionalistas a ganharem poder no Reino Unido e na Holanda.

Gostaria de finalizar dizendo que na mesma Holanda veio talvez a melhor noticia destas eleições europeias até aagora, é que se é verdade que o partido da extrema direita ganhou 4 deputados, a verdade é que o D66 ganhou três deputados. Este partido representa o liberalismo-social na Holanda, corrente esta que é importantissima numa altura que os movimentos nacionalistas ganham poder eque honestamente espero que seja o futuro força alternativa de poder.

Quando o mundo (nomeadamente o Europeu) girar entre a social-democracia e o liberalismo-social então julgo que estaremos no rumo correcto. Se alguém tem ainda dúvidas basta olhar e analisar os países Escandinavos que são “lideres” em quase todos os indicadores: PIB per capita, Indice de Desenvolvimento Humano, mercado livre, pouca disparidade de riqueza, assitência médica, sistema escolar educativo e ascensão social.
Resta-me apenas dizer que espero que tenham gostado deste dossier, e desejar uma boa votação a todos. E sim, por favor vão votar na vossa opção. Estas eleições são possivelmente as mais importantes dos ultimos 20 anos!!!
Muito Obrigado a todos os que passaram por aqui, leram e/ou comentaram.

O outro partido: Esquerda Unitário (B.E e C.D.U.)

Termino hoje a apresentação dos partidos europeus que se candidatam às Europeias em Portugal (relembro que estes são o Partido Popular Europeu, o Partido Socialista Europeu e a Esquerda Unitário). Ao contrário do que fiz com os dois maiores partidos não irei analisar muito profundamente este. Primeiro porque tem pouco representatividade no Parlamento Europeu (é a 6ª força politica), e também porque não tem um programa comum para as eleições.

Assim, a Esquerda Unitária é mais uma congregação de partidos comunistas e de extrema-esquerda (atenção utilizo aqui a a expressão “extrema” no sentido que teria de utilizar a expressão extrema-direita para o CDS a nível nacional. Isto é, os partidos que se encontram no extremo do espectro politico democrático elegível), do que um partido com uma politica comum, como vimos anteriormente. Têm alguns pontos comuns que concordam e pelo qual lutam em conjunto, como sejam, os mais emblemáticos, o fim da NATO, a reforma da União Europeia (embora não concordem no que deve substituir a mesma) e no fim do mercado (ou não fosse esta uma palavra maldita) de emissões de carbono.

E nestes pontos é indiferente votar Bloco de Esquerda ou CDU, pois têm posições comuns, embora esta “indiferença” termina aqui. É interessante de notar que, enquanto no Partido Popular Europeu em Portugal é mesmo indiferente votar entre CDS ou PSD (sendo que os únicos critérios de escolha são a qualidade dos candidatos e o facto de o CDS não ter tido um programa eleitoral, pelo menos até dia 31 de Maio*, e o PSD ter um programa eleitoral), no caso da Esquerda Unitária em Portugal estamos a fazer uma escolha real entre duas “facções" do mesmo partindo.

Além das especificidades de cada um dos partidos-facção conhecidas (comunismo soviético vs Comunismo não ortodoxo), julgo que a maior e mais importante diferença prende-se com a visão internacional do BE e da CDU. Enquanto o BE, arrisco-me a dizer, é europeísta e federalista a CDU é nacionalista.

E gostava de terminar analisando este último facto. Foi com uma desagradável surpresa que vi no programa da CDU este vínculo tão forte ao nacionalismo. É deveras preocupante. Todos sabemos que quando juntamos modelos ditatoriais (e a CDU ainda o é) a nacionalismos temos regimes muito nefastos para a sociedade. Dar voz a estas facções nacionalistas será, no mínimo dar um tiro no pé! Não deixa de ser estranho que passados 35 anos de democracia a CDU contenha no seu programa 8 eixos que poderia estar num programa eleitoral da União Nacional de Salazar.

Uma nota final para o programa eleitoral do Bloco de Esquerda. Se este partido quer ser uma alternativa viável de poder deverá no futuro construir um “verdadeiro” programa, e não um "simples" texto. Fiquei com a impressão que não estava a ler um programa eleitoral mas sim um texto de um capítulo de um livro de politica qualquer.
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* Gostava de agradecer ao comentador Diogo por ter deixado o link para o programa. Caso não o tivesse feito ainda teria a ideia errada que o CDS ainda não tinha um programa eleitoral. Afinal a "brincadeira" parece ter terminado no dia 31 de Maio. Não deixa de continuar a ser um caso interessante: deve ter sido o primeiro partido a ter iniciado uma campanha eleitoral sem um programa publicado.

Programa de campanha – PS (IV)

Tenho de confessar que o programa eleitoral do PS foi uma agradavel supresa. Não só é um documento claro como foi muito positivo verificar que o programa eleitoral é quase totalmente identico ao programa eleitoral do grupo em que se insere. Por este motivo não irei detalhar as medidas pois estaria a efectuar um “copy-paste” do meu artigo anterior.

Um dos pontos mais positivos foi a forma clara com que explica como irá tentar alcançar o que propõe, enquadrando realisticamente o PS no seu grupo parlamentar europeu, assim como questões portuguesas numa perspectiva europeia (como por exemplo na temática dos territórios ultra periféricos que enquadra os Açores e a Madeira). Ao ler este programa também se fica a entender, por exemplo, a importância do projecto do TGV, dando-lhe a perspectiva europeia. E também julgo que foi importante o apelo contra a abstenção presente no final do programa. Claramente é um programa que está muito acima da campanha do PS em termos de qualidade.

Mas com nem tudo é mar de rosas, também existem uns “espinhos” neste programa. O primeiro prende-se com a questão da criação dos Eurobonds, que não consegui encontrar no programa do Partido Socialista Europeu. O segundo prende-se com a apresentação do que o PSE vai fazer nos seus primeiros 100 dias de mandato. Embora não haja uma contradição com as medidas do PSE a verdade é que não encontrei esse espaço temporal no programa do PSE.

Por ultimo, e embora não seja um aspecto negativo do programa do PS é algo que devia ser urgente clarificar. Quem lê o programa nota que é incompativel o perfil do próximo Presidente da Comissão Europeia proposto no programa e o perfil de Durão Barroso (por mais “maleável que este seja), pelo que julgo necessário que Socrates explique muito bem o apoio dele à candidatura de Durão Barroso. Estranhamente este facto acaba por favorecer o cabeça de lista do PS, Vital Moreira. Este ao demonstrar ser contra a candidatura de Durão Barroso demonstrou a sua honestidade e compromisso para com o programa que está a defender nestas eleições e o seu eleitorado.

Programa de campanha – PSE (III)

Hoje analiso o programa eleitoral do segundo maior grupo parlamentar europeu, o Partido Socialista Europeu (P.S.E. ou em Inglês P.E.S.). Este é o grupo que engloba os partidos vindas da ideologia Social-democrata e que tem como membro (“Full member parties”) o PS português, PSOE espanhol, o PS francês e italiano, o SPD alemão e o Partido Trabalhista inglês entre outros.

Gostava de referir que todas as transcrições do programa eleitoral estão em Inglês como no documento original visto não estar disponível a versão portuguesa.

Como seria de esperar, é um programa que foca mais a sua atenção nas pessoas em detrimento das empresas. Sendo que os temas principais são o Emprego, o Modelo Social Europeu, o Ambiente e energia, a Imigração e o Papel da União Europeia no mundo. Os Socialistas europeus têm uma visão mais coesa da União Europeia e também mais “internacionalista”. Pelas medidas são europeísta convictos e, embora não apareça em nenhum ponto do programa julgo que preconizam uma União Federalista a longo prazo. Como seria de esperar apostam muito na regulamentação. A minha maior critica vai para o facto de me parecer impossível de implementar todas as medidas em tão pouco espaço de tempo (deixo aqui apenas algumas sendo que para terem conhecimento de todas sugiro que leiam o programa pois é bastante interessante), mas julgo que muitas delas servem para indicar o caminho que o P.S.E. defende para a União Europeia tratando-se assim de objectivos de longo prazo.

Assim, o programa divide-se por seis temas:

01. “Relaunching the economy and preventing new financial crises”

Nesta componente defende-se as medidas económicas de relançamento da Economia Europeia. Aqui defende-se a reforma do sistema financeiro (apresentando como medidas: “Regulation should cover all financial players.”; “rigorous capital requirements for all fi nancial players”; “limits on excessive borrowing”; “Limits are also needed on top executive pay and bonuses”; “end to tax havens, tax avoidance scams and tax evasion”; “to make the power of financial institutions subject to democratic scrutiny”), crescimento “verde” e emprego (por exemplo: “Transforming transport in Europe into the most effi cient, affordable and ‘clean’ for people and businesses”; “building a more competitive and affordable high-speed rail network between major European cities and regions”; “creating an integrated airspace to shorten fl ying times”; “initiative to expand energy and broadband infrastructure”; “ensuring that energy companies’ pricing and customer policies are fair and responsible”; “raising investment in research, development and innovation”; “propose a European Pact for the Future of Employment. All European”; “propose to fund a Skills Programme through the current EU budget”; “EU’s Internal Market should be completed – and the red tape facing businesses reduced”; “The capital base and credit volumes of the European Investment Bank and the European Bank for Reconstruction and Development should be increased and the granting of credits simplified for SMEs.”) e a beneficiação dos trabalhadores e negócios da transformação económica (“support businesses to anticipate changes caused by climate change and technological shifts”; “support job creation by ensuring that businesses have access to credit to invest and grow, for example through the European Investment Bank”)

02. “New Social Europe – giving people a fairer deal”

Nesta componente defende-se medidas de apoio ou reforço do Modelo Social Europeu, nomeadamente através de uma protecção de um “negócio justo” para as pessoas (“propose to seek agreement on a European Social Progress Pact, proposing goals and standards for national social, health and education policy”; “propose to include a social progress clause in every piece of European legislation”; “establish a European framework for public services, guaranteeing universal and equal access for citizens, quality, local autonomy and transparency in public services”; “a European pact on wages, guaranteeing equal pay for equal work and setting out the need for decent minimum wages in all EU Member States”; “promote fair tax policies, which will guarantee the financing of Europe’s welfare states”; “act to prevent the exploitation of workers and strengthen their rights to collective bargaining”; “strengthen workers’ rights to information and consultation”; “to establish a European Charter for Internships, to give young people seeking work experience better rights”; “setting EU targets for providing care for the elderly, modelled on those already in place for child care”) e de uma protecção dos direitos dos cidadãos (“strengthen transparency by obliging all lobbyists and lobby agencies to register themselves, their clients, and their activities”; “strengthen anti-discrimination legislation”; “recognition in all EU countries of marriages, partnerships and parental rights legally recognised in one of the Member States”; “giving regions and local authorities a greater role in European affairs”)

03. “Transforming Europe into the leading global force against climate change”

Neste campo os Socialistas europeus apresentam as medidas relacionadas com as questões ambientais. Eles preconizam uma liderança europeia nas negociações internacionais (“take the lead in international negotiations to get agreement on a 30% global target for emission reductions by 2020 at the United Nations summit at the end of 2009”; “increase EU support for developing countries to fight as well as adapt to climate change”; “EU should take the lead in establishing a global energy and development forum”) e uma politica ambiental e energética mais ambiciosa (“introduce a comprehensive EU climate directive that would ensure that targets and actions in all those sectors not already covered by existing law”; “develop a European Common Energy Policy based on sustainability, energy security and independence, diversity of energy sources and solidarity between Member States in the event of energy crises”; “support a modern Common Agricultural Policy that promotes comprehensive rural development”; “the monitoring of existing and new nuclear power plants should be coordinated at the European level.”)

04. “Championing gender equality in Europe”

Neste ponto defendem medidas como: “to create a European Women’s Rights Charter”; “to introduce improved parental leave rights for men and women”; “campaign for equal political representation of women and men in all decision-making bodies at European level”; “support parents so that they can balance their caring responsibilities with their professional responsibilities”; “encourage and support women entrepreneurs, scientists and researchers”; “ensure and promote women’s sexual and reproductive health rights throughout the EU”; “encourage and support the EU and its Member States in their efforts to stop domestic and gender-specifi c violence, including that perpetrated against women of ethnic minorities, through all appropriate EU programmes and funds”.

05. “Developing an effective European migration policy”

Nesta secção estão as medidas propostas pelo PSE quanto à temática da imigração. Medidas estas que passam por “establish common standards for legal migration into the European Union”; “establish a European Charter for the Integration of Migrants”; “establish a European Charter for the Integration of Migrants”; “common External Border Control Policy”; “to strengthening cooperation with third countries (including on readmission procedures) in order to manage migration more effectively while promoting the economic and social development of those countries”; “further development of the Common European Asylum System”.

06. “Enhancing Europe’s role as a partner for peace, security and development”

O PSE propõe atingir este objectivo através de promoção da paz e segurança (“the EU should increasingly work on conflict prevention, resolution and post-crisis management abroad”; “to strengthen police, judicial and security cooperation”; “to ensure that the EU establishes coherent disaster prevention tools”; “step up European efforts to support international disarmament”; “EU actively promotes an Alliance of Civilisations through the United Nations”; “to increase defence cooperation amongst European Member States”; “reform of the United Nations”), da promoção de parcerias (“We welcome membership talks with Croatia and support the start of EU membership negotiations with all other Western Balkans”; “We support an open-ended process of negotiations with Turkey towards EU accession,”; “propose the creation of a Black Sea Union and an Eastern Partnership”; “support the strengthening of Euro-Mediterranean relations. The Union for the Mediterranean is the key instrument and framework”; “propose that the EU develops its relations with the Latin American continent”; “continue to build a strong transatlantic partnership”; “EU must deepen its relations with China”; “strongly support closer ties with India”; “work to fully implement and consolidate the Africa-EU Strategy to strengthen relations”) e politicas de erradicação de pobreza (“We will use this Parliamentary term to push for efforts to reach the goals [Millenium Goals] by 2015.”; “attributing at least 0.7% of Gross National Income to development policy”; “EU must support the multilateral trading system, to the benefit of developing countries in the WTO Doha Development Round”; “work to ensure that all EU trade agreements include appropriate, enforceable human, environmental and social rights clauses”; “work to promote the expansion of fair trade goods across Europe”; “Decent work must become a global objective to which all countries as well as international institutions and organisations are committed”)

Ficou assim um resumo das medidas contidas no Programa do P.S.E.. Tal como fiz para o PSD, irei no próximo artigo explorar o programa eleitoral do PS e verificar que pontos coincidem e quais os que não coincidem.