Mostrando postagens com marcador direitos humanos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador direitos humanos. Mostrar todas as postagens

Feminismo

Sempre tive dificuldade em entender que se afirma como não sendo feminista. Afinal ser-se feminista é somente ser a favor dos direitos humanos e da sua aplicação universal a qualquer indivíduo.


Eu nem consigo imaginar como terá sido à 35 anos atrás. Refere a noticia que foram insultad@s por cerca de 3.000 homens. Impensável nos dias que correm e ainda bem. No entanto, não é por ser menos visível que os problemas diminuiram. Hoje tudo é mais invisível e por isso mais difícil de combater. É uma discriminação latente mais que uma discriminação presente. Ela deriva de acesso a cargos de poder, de forma de raciocinar, de um conjunto de pequenos gestos e acções, fruto da nossa cultura que estão no nosso dia-a-dia e que fazem que, infelizmente, a realidade de uma mulher ainda seja normalmente diferente da realidade de um homem.

Pessoalmente ambiciono por um futuro em que já não seja possível escrever, com algum sentido lógico, a frase com que terminei o ultimo parágrafo. Que cada individuo seja livre para ser o que bem entender e que isso parta da escolha do individuo e não das regras de sociedade externamente impostas.

P.S. É a segunda vez que leio que uma famosa "queima de soutiens" na realidade não existiu (o mesmo ocorreu nos USA). É impressionante a capacidade orwelliana de transformar uma ficção em realidade por quem domina uma sociedade.

Primitivos Sentimentos

Vivemos sem dúvida uma era moderna. E como todas as eras modernas, esquecemo-nos das nossas condições mais básicas e instintivas. Quase tudo o que fazemos ou defendemos tem uma justificação racionalizada, tem de ser apoiada por uma teoria qualquer inventada e também ela racionalizada.

No entanto ao entrarmos num processo de extrema racionalização, própria de qualquer era moderna, afastamo-nos de nós próprios e dos nossos instintos. Até Freud, ser-me-ia muito dificil escrever este artigo, afinal o inconsciente era algo inexistente e antes de Darwin seria considerado um herege pois o ser humano não era um animal mas sim criado à imagem de Deus.

No entanto, e felizmente vivo numa era pós-Darwin e pós-Freud, para muitos não será estranho imaginar que por vezes as nossas acções não são controladas pelo nosso consciente e que derivam em algo mais básico, mais instintivo.

E o que é válido para as nossas acções também é válido para as nossas posições. E enquanto no primeiro caso (acções) eu diria que somos acompanhados por outros animais, o segundo (a consciencia das nossas posições) torna-nos únicos, pelo menos pelo grau de complexidade que conseguimos colocar numa determinada posição defendida.

No entanto, tal não invalida que o mesmo tenha um enraizamento profundo nos nossos mais primitivos sentimentos. Eu diria que dois deles são sem dúvida a segurança e a liberdade. Dois sentimentos demasiadas vezes conflituantes. Enquanto o primeiro nos impele a construir muros e nos aprisiona dentro dos mesmos, o segundo impele-nos a quebrá-los e procurar descobrir o que existe fora desses muros.

E estes dois movimentos, provavelmente existentes desde que existe humanidade, são também aqueles que estaram presentes durante a próxima semana, aquando da discussão do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Embora coberto por palavras e teorias racionalizadas, tudo se resumirá à vontade de uns de instrumetalizar o medo e a insegurança para que sejam fortalecidos muros, neste caso muros mentais, e a vontade de outros para que esses muros, que não nos protegem de nada a não ser das nossas próprias fobias, sejam definitivamente derrubados!