O Tuga morreu...

Tudo tem um fim. E este, mais que anunciado, já era notório. Por diversas vezes tinha me ausentado destas lides. No entanto nunca tinha feito sentido escrever este post. Este blogue era um projeto em aberto, e enquanto fizesse sentido não o daria por encerrado. Isso mudou...

É para mim muito difícil escrever essas palavras. Muito do que eu sou está neste blogue e aprendi imenso com as pessoas que interagi ao longo destes anos. Não deixo a blogosfera (vou começar a blogar no espaço No-Mad) nem abandono o meu nick (apesar de por lapso não estar a aparecer o nick STRAN, ainda o vou manter, assim como o meu perfil no facebook) mas o Tuga deixa de fazer sentido agora que parto para a minha grande aventura: dar a volta ao mundo.

Fico então com o espaço para escrever um pouco sobre esta espetacular experiência que foi escrever neste blogue, comentar nos outros e conhecer tantas pessoas. Começo por elas, porque foram elas que deram significado a este espaço. Sem leitores e sem interacção isto seria apenas um espaço estéril. Uma simples mostra da minha vaidade em escrever, ainda por cima com tantos erros. Vou omitir todas excepto duas, a quem eu quero prestar a minha homenagem neste final. Que esta omissão não seja vista como menosprezo de quem eu não menciono. Muitas tornaram-se amigas "reais" (elas sempre foram reais apenas passaram a fazer parte da minha realidade fisica) e outros ainda interajo bastante.

A primeira pessoa que quero homenagear é o EJ Santos. Um estoico comentador. Aliás pelo tempo vi que é ainda mais paciente que eu. Um lutador nato e uma pessoa com quem se pode discutir, algo que começa a rarear (não obstante tanta discussão). Aprendi a respeitar a sua opinião e acima de tudo é uma pessoa que me fez pensar, duvidar e, o mais importante, evoluir. Espero que leias esta mensagem e acima de tudo espero que esteja tudo a correr pelo melhor.

A segunda pessoa que quero homenagear é a ML. E para ela nem uma passadeira vermelha seria suficiente para lhe fazer justiça. O que posso dizer de uma pessoa com quem eu poderia ficar horas a discutir? De uma pessoa que me abriu horizontes? Alguém que partilha todo o seu conhecimento? Para ser franco, não sei mesmo o que dizer. Até obrigado seria muito pouco. Talvez dizendo que não termos mantido contato é das poucas coisas que me arrependo na minha vida lhe faça alguma justiça. Sei que tudo tem o seu momento, mas também sei que irei sempre guardar com carinho todas as nossas discussões e diálogos. Sinto que foste uma companheira em determina fase da minha vida e que me ensinaste a lidar com opiniões adversas. Só te posso desejar tudo de bom. Que a tua vida seja o que tu mereces, e mereces muito!

Fica também uma palavra especial a quem escreveu neste blogue. Quer autores, de vários pontos de globo, quer entrevistados, pessoas fantásticas que deram uma qualidade superior a este espaço, quer a comentadores e leitores que gastaram o seu tempo a escrever e a ler o que tinha escrito.

É talvez das coisas mais difíceis que tive de fazer. O dizer adeus é sempre complicado. Mas também é necessário. Guardarei todos os momentos que tive aqui. São lembranças fantásticas. E no final fica a sensação que valeu a pena. Este nunca foi um espaço grandioso. Nunca tive essa pretensão. Foi um espaço de livre expressão. Um espaço em que qualquer um pudesse dizer o que lhe ia na alma. Foi um sonho realizado e uma construção de mim próprio.

Agora é altura de fechar e dizer aquela palavra que muda tudo: Adeus! (e muito, mas mesmo muito obrigado a todos)

P.S. Em jeito de despedida deixo uma das minhas músicas favoritas de sempre...

Pensamento da noite

Não há nada melhor para deixar de escrever sobre politica do que ir para o mundo da politica!

Assassinato a sangue frio.

Hoje é o dia contra a pena de morte. Já passaram mais de 5.000 anos de humanidade e mesmo assim, em 54 regiões deste planeta, - vulgo países - ainda está instituido esta prática bárbara.

Existem coisas, que por serem obvias para mim, me são dificeis de pensar, ou debater internamente. Esta é sem dúvida uma delas. O que leva uma sociedade, ou seja nós, a aceitar que se termine uma vida de uma forma fria e calculista? Tenho imaginação suficiente para compreender que, num rasgo emocional, uma tragédia aconteça. Ou que, num instinto de auto preservação, todos nós possamos um dia ter a capacidade de matar outro indivíduo.

Mas como compreender que se mantenha um indivíduo isolado num espaço, onde ele não poderá ter nenhuma acção contra nós, e depois, de uma forma perfeitamente calculista e fria, terminar com a sua vida? Normalmente o que descrevi implica que quem faz isso seja apelidado de psicopata. E se, em vez de um, matar sempre com o mesmo modus operandis mais que uma pessoa, será certamente apelidado de assassino em série.

E o que me confunde mais é que, normalmente, nessas regiões o assassinato em série é punido com a pena de morte. Que em si, é tudo idêntico ao crime que estão a condenar. Não deveriam os individuos dessa sociedade colocar a mão na consciência e, por uma questão de consistência, aplicar a mesma pena a si próprios? Ou, em alternativa, encontrarem a solução mais simples e abolir de uma vez por todas a pena capital?

Musíco (con)texto: Roads |Portishead|

Começo uma nova rúbrica. Neste espaço escreverei um texto inspirado na música que colocarei no post. O texto pode ou não ser relacionado com a música, pois uma música é muito mais que uma letra e uns acordes. Na maioria das vezes é pura emoção...

E não poderia começar esta rúbrica com qualquer outra música. "Roads" entrou na minha vida de rompante. Foi paixão à primeira vista - neste caso ao primeiro acorde. Não me recordo ao certo quanda a ouvi pela primeira vez, mas recordo-me da sensação que tive. A voz de "Beth Gibbons" nesta música paralisou-me por completo e até ao ultimo som não fiz mais nada que não "sentir" a música.

Terminado o primeiro contato, parecia que sempre tinha conhecido esta música. Ainda hoje um pequeno arrepio aparece sempre que a começo ouvir. Se muitas outras músicas fazem parte do meu universo musical, elas são meras partes dos meus gostos. Esta é a unica que completa todos os meus sentimentos. É, por assim dizer, a minha música.

Mas é a escolha mais díficil para esta rúbrica, pois, ao som desta música, apenas se pode ouvir e sentir:


É a tragédia...

Estava sem vontade para escrever um texto, mas uma simples música mudou por completo essa minha predisposição. Antes o tema seria um tributo à letra "@", essa pequena maravilha deste novo século - mas fica para depois.

Depois de ouvir a canção "je veux" decidi afinal escrever. Logo à cabeça veio a palavra "tragédia", que não estando na ordem do dia, é possivelmente a palavra que entra no nosso subconsciente sempre que vemos as noticias em Portugal.

Poderiamos dizer que estamos a viver uma tragédia, no entanto é para mim uma falsa tragédia. Um tragédia é a perda de alguém próxima, uma despedida sem retorno, uma morte eminente, uma doença incurável, ou tantas outras coisas que nos fariam sentir perfeitamente demolidos. E mesmo aí existe sempre um pedaço de esperança de continuar, de fazer algo enquanto se está vivo.

Bem sei que nos próximos tempos vamos perder dinheiro, adiar sonhos ou mesmo reformular as nossas vidas. Mas isso não é nenhuma tragédia, nem motivo de pessimismos É apenas motivo para respirarmos fundo, olhar os problemas de frente e enfrenta-los de cabeça erguida.

Eu sei que falo de um posição favorável, afinal os meus sonhos dependem principalmente de mim, do que faço, mas não será assim com todos?

P.S. Esta foi a música que me inspirou:


Back to school...

É uma estranha sensação. Passou quase uma década desde que me poderia considerar um "aluno". Na realidade continuei sempre "aluno", mas de uma outra escola.

Voltar a sentar-me numa secretária de aluno foi uma experiência paradoxal. Por um lado foi um recordar de uma outra altura, por outro foi um confirmar que o tempo passa mesmo sem darmos conta. Estava dentro de mim o espirito do aluno que já fui e da pessoa que sou hoje.

Algumas coisas não mudam. O nervosismo que sempre tive a começar um novo ano lectivo ainda lá estava. Aumentado pelo facto de ser um extra-terrestre naquele planeta. Outras são novas. A distância para com o professor desaparece, já não é um "ente" superior, mas alguém com quem tu aprendes e que te avaliará no final.

Por agora tudo ainda é muito estranho, pelo que neste momento ainda estou a incorporar todas estas (re)novas sensações...

Metamorfoseando...

Nascido, crescido e aparecido. É assim que me sinto. Metamorfoseando ao longo destes anos, sinto que esse processo chegou ao fim. E é uma estranha sensação que me preenche hoje...

Uma sensação de conquista, sem ter conquistado nada. O início de um longo e incerto caminho. Apenas mais um passo. Mais uma etapa. No entanto, e por mais etapas que tenha atravessado, nenhuma é como esta. "Agora é a sério!" digo-o a mim próprio, talvez para marcar o momento.

Futebol e a vida...

Hoje é dia de clássico! Começa-se a preparar o "evento", amigos juntam-se à volta de um ecran, adeptos aprumam os seus acessórios e vozes. E a capital transfigura-se...

Gosto especialmente deste dia. Sente-se uma rivalidade sã, mas mais do que isso as pessoas perdem um pouco da sua timidez, e um tema - 22 jogadores e uma bola - passa a ser a linguagem comum que rompe as barreiras do dia-a-dia. Não existe novo nem velho, não existe pobre nem rico, apenas esta salutar vivência.

Sempre gostei de futebol, quer o visto, quer o jogado. Ao contrário do que algumas "elites" por cá pensam, o futebol é algo simplesmente fantástico. É pura emoção, mas mais que isso é um belo paradigma de vida.

Muito do que sei hoje, aprendi em campos de futebol improvisados. Quer fosse um patio de escola, um pedaço de estrada, ou mesmo um terreno inclinado, só precisávamos de um bola e a realidade dura à nossa volta era esquecida.

Depois de ter crescido - ok, não muito - e de ter ganho outros interesses, é que reparei que muitos escritores se debruçam sobre temas da sociedade escrevem manuais que qualquer ser humano pode apreender num jogo de futebol. O respeito, a liberdade, o individuo e o colectivo, e outros temas conexos, tudo isso aprendi, não em manuais, mas com uma simples bola e um jogo de futebol.

Quero a "fucking word"...

(1) Nota inicial: Parental Advisory Explicit Content

Fodasse!!! Será que não encontro a merda de um video que não esteja censurado! Ando à procura de músicas no youtube, e tudo o que aquele caralho de site dá, são videos em que a palavra "Fucking" ou "nigga" é substituido por um som ou um silêncio fodendo por completo a música. Puta que os pariu!!!

(2) Nota Intermédia: Versão Censurada

"#$#"$!!! Será que não encontro a #&%$% de um video que não esteja censurado! Ando à procura de músicas no youtube, e tudo o que aquele #""$%$# de site dá, são videos em que a palavra "#$#$"#" ou "%&#$$$" é substituido por um som ou um silêncio %$&@@ por completo a música. #$"#$#" que os %$&%#"#!!!

(3) Nota Final: Approved for all audiences

Raios!!! Será que não encontro um video que não esteja censurado! Ando à procura de músicas no youtube, e tudo o que aquele estúpido site dá, são videos em que algumas palavras são substituidas por um som ou um silêncio lixando por completo a música. Vão mas é dar uma curva!!!

P.S. Julgo que não faz sentido algum censurar o quer que seja. O estilo é definido pelo autor, e às editoras compete apenas transmitir o que é feito, isto é, a obra integralmente. Quem ouve/lê/vê é que escolhe se "consome" ou não determinada forma de arte. Nunca percebi a justificação à volta da censura de determinadas palavras. Se alguém souber, por favor explique-me...

Pensamentos soltos

Por vezes dá-me para isto! Para não ter uma linha de raciocinio lógico. Talvez seja fruto de uma mente dispersa, ou de ter vários interesses. Ultimamente tenho pensado bastante na vida, nas opções e o que representa viver. Obviamente não cheguei a nenhuma resposta. Não sei se algum dia chegarei. Tal questão leva-me a olhar à minha volta, a olhar para os pormenores e principalmente a observar. E é o processo, mais que a resposta em si, que gosto.
No fundo ainda sou aquela criança que tenta aprender a interagir com o seu meio envolvente. Tropeço muitas vezes, magoo-me, mas volto sempre a levantar-me e a tentar uma vez mais.

Actualmente faz-me confusão o motivo pelo qual criamos ódio ao desconhecido, ou porque é que gostamos tanto de encaixotar pessoas em grupos. Sei que é a forma mais simples de estarmos seguros quanto ao nosso mundo, mas é também uma forma bastante cruel, e por vezes mesmo mortal. Os imigrantes em França começam a descobrir isso, tal como os judeus já descobriram ao longo da sua história.

Este pensamento leva-me a outro. Quando é que a morte entra na nossa vida? Isto é, a partir de quando a morte começa a ser uma opção para os problemas? Talvez seja sempre desde o início. Talvez seja ainda fruto de um instinto territorial que temos. Não sei. Só estranho o facto de que a partir de certa altura passamos a aceitar a morte como opção. Algo que não acontece em criança. Não digo que uma criança não tenha a capacidade de matar, porque tem. No entanto nessa fase a morte não é uma opção, mas apenas uma consequência de um acto. Em adulto muitos vezes é algo racional - por exemplo a decisão de uma guerra - e isso ainda me deixa muito confuso.
Mais uma coisa que apenas consigo questionar e não responder.

E de este pensamento vou para outro, como um sapo salta de pedra em pedra sem nenhum objectivo claro. Quando é que uma pessoa se considera adulto? Será que existe um momento em que existe uma epifania e dizemos: "eu já sou adulto!"? Para mim a vida tem sido um acumular de experiências e aprendizagem, nada mais que isso. Sou tão "adulto" como era aos 16 anos...
Talvez seja defeito meu, não sei, mas também agora não interessa nada...