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Uma questão de fé

Actualmente em Portugal votar num partido político é uma questão de fé. Porquê? Simplesmente porque não temos informação suficiente para determinarmos por nós próprios qual a melhor solução. Existem muitas soluções teóricas (bem quando existem) apresentadas pelos diversos políticos, mas a realidade é que nem nós, nem eles sabem se algum dia essas propostas vão resultar. Porquê? Porque não são sustentados em factos reais, mas sim em dogmas ideológicos, ou em Portugal simplesmente em Dogmas. Os dois maiores dogmas que existem actualmente são:

- O Estado é sempre mais ineficiente do que a iniciativa privada;
- O Estado é o melhor executante para determinado serviço;

Tomemos o exemplo da Educação. Mediante uma pessoa tenha o Primeiro ou o Segundo Dogma defenderá que a Educação deve ser privatizada ou deve ser Estatal.

A minha questão é: em que dados concretos nacionais é que se baseiam para afirmar isso? É que eu já tentei anteriormente encontrar os dados que me permitissem aferir da eficiência ou não das Escolas publicas e não consegui. Todos os dados são agregados e é impossível distinguir o que é custo de supervisão e planeamento do que são custos operacionais. Além de que nunca consegui aceder às contas de uma Escola privada.

Sendo assim como é que posso aferir que um é mais eficiente que o outro?

E esta questão ainda só se prende com a eficiência financeira e não com a eficácia educativa, que é uma questão muito mais elaborada.

Assim, antes de qualquer acção dita “milagrosa” para os problemas em Portugal, antes de qualquer privatização ou nacionalização, fizessem algo muito mais importante, dessem aos cidadãos portugueses a liberdade de decisão, e isso só é possível quando os cidadãos portugueses tiverem informações que os permitam decidir.

Enquanto isso não acontecer a votação será sempre uma questão de fé e a decisão estará sempre concentrada num demasiado pequeno número de pessoas.

Mário Lino como Ministro das Obras Públicas, Jamais!!!

Esta deve ser a frase na boca de todas as pessoas e na cabeça do primeiro-ministro (PM), no entanto e na hora da sua despedida (deve estar para breve visto que o P.M. declarou a sua confiança no ministro e nós sabemos o que acontece em situações idênticas no mundo futebolístico), gostaria de dar uma palavra de solideriedade a Mário Lino. Não porque o julgue um excelente político, mas porque fez o trabalho sujo de defender a posição da OTA quando foi necessário. Será muito fácil (diria mesmo demasiado fácil) criticá-lo agora, mas julgo que não é justo.

Relativamente ao estudo irei em breve consultá-lo e analisarei nessa altura, mas muito honestamente, ou o estudo não tem os custos todos de avaliação de um projecto ou os nossos políticos são mesmo vesgos!!!

Está tudo doido...


[NOTA: Infelizmente, por razões por mim desconhecidos, não consigo comentar directamente no blog da blasfémia, pelo que se alguém tivesse a gentileza de copiar este comentário para o tal blog eu agradecia imenso.]




Fica então aqui o comentário:


Eu não sei qual a formação da JP ou do João Miranda, mas espero que não venha da area de economia ou gestão. Se por acaso vier então essas pessoas envergonharam de uma forma brutal os seus professores e a instituição que lhes deu formação e passo a explicar porquê.

O João Miranda apresenta no seu blog uma justificação, através de um gráfico, da sua posição. Embora não explique o que está lá contido e as calculações que levaram a essa conclusão, defende que tal gráfico é uma resposta cabal ao desafio lançado pelo Daniel Oliveira.Tal não podia ser mais falso.


Do que me parece, aquele gráfico assenta, pelo menos, num pressuposto: concorrência perfeita.
Ora esta noção implica, além de outros factores, que exista informação perfeita no mercado. Isto é qualquer “actor” desse mercado tem o conhecimento perfeito sobre o que está a decorrer no mercado.Todos conhecem as ofertas de emprego e o valor das ofertas que existe no mercado de trabalho. Significa também que o individuo A sabe exactamente quanto o Individuo B ganha e quais as suas condições de trabalho.


Utilizando uma expressão popular, é aqui que “a porca torce o rabo” e que a realidade nos assalta com uma crueza brutal.


Este pressuposto não se verifica no mercado de trabalho português. Ninguém sabe quanto é que ganha o colega de trabalho, quanto mais saber quanto é que oferecem os empregadores pelo o emprego X ou Y.


Basta ir a a qualquer site de oferta de emprego para verificar que o que afirmo é verdadeiro (quase nenhum menciona o ordenado).


Ora não se verificando este pressuposto, o mercado não está em concorrência perfeita e, não estando em concorrência perfeita, a conclusão que o João Miranda escreveu não tem qualquer aplicação ao mercado de trabalho português.


O que é supreendente para mim, é que um escritor de um blogue que têm tantos leitores, como a Blasfémia, cometa um erro tão infantil. Que espero que não tenha sido intencional e que o mesmo o corrija num curto espaço de tempo.


Mais supreendente é que aspirantes a líderes politicos também o façam.
É caso para dizer “está tudo doido…”

Nós, eles, o povo e os governantes...

A ideia para este post surgiu por causa da recente polémica sobres as declarações do responsável da policia sobre um relatório.
Uma coisa sobressaiu logo, a pessoa em questão talvez tenha cometido um erro estratégico em termos de gestão de recursos humanos. Mas tal é de somenos quando analisamos as declarações dos partidos de oposição.


O primeiro ponto que eu queria realçar é o facto de, pelas declarações que ouvi, não me parece que a pessoa em causa não mentiu. Partindo então deste pressuposto gostaria de saber em que medida é que os partidos de oposição exigem a demissão de uma pessoa que tornou publico as conclusões de um relatório sobre a actividade de um orgão do estado?



Julgo que isto é um dos mais sintomáticos exemplos de como o Estado é visto por cá. Antes demais gostava de esclarecer o que é o estado para mim. Para mim os Estado somos Nós! Nada mais do que isso. É o conjunto de pessoas que habita determinada região do globo no que classifica de país. No entanto por cá o Estado não é visto como sendo Nós mas antes como sendo Eles! Ou seja é visto como sendo uma entidade externa à Nós próprios! E por Eles entendemos todas as pessoas que pertencem a essa figura maldita do Estado!



É então neste contexto que aparece a noção de Povo. Outra figura que cada vez mais está externalizada na nossa inconsciência. O povo aparece também como uma entidade externa a Nós próprios. Ao mesmo tempo sábio e ignorante. Estranha forma de nos classificarmos. Pois o povo é sinónimos de nós. E quando classificamos o povo de ignorante, nada mais estamos a fazer do que nos chamarmos burros. Interessante tendência masoquista que nós temos.



É aí que aparece a outra figura externa da nossa sociedade: os governantes. As pessoas que governam este país. E neste caso até concordo que são uma figura mista da nossa sociedade. Ao mesmo tempo são eles e eles pertencem a nós.



No entanto é precisamente nesta figura que aparece a maior confusão e engano da nossa sociedade. É que já não vivemos num regime feudal. Eles já não são senhores da terra que têm o direito de nos governar como bem entenderem. Nós não pagamos impostos porque habitamos a terra que pertence a Eles. Esse conceito já foi abandonado há algum tempo. Nem eles podem governar sem nos darem informação ou prestarem contas.



Ora, se isto é verdade, então quando uma pessoa divulga as conclusões de um relatório sobre um orgão do estado nada mais está a fazer que serviço público. E por mais que os politicos estejam habituados a habitar nessa figura blindada que é o estado, vão ter de se habituar a prestar contas, vão ter de se habituar a que Eles trabalham para Nós e por tanto têm que nos dar as informações que um relatório contém. Neste contexto as palavras da oposição nada mais fazem do que demonstrar que eles também se julgam superiores a nós. Podemos não gostar do estilo, ou de a actitude de quem prestou aquelas declarações, mas quando ele os fez estava a dar informação sobre algo que nos diz respeito a todos.



O estado é nosso, de todos nós, e os governantes não mandam em nós. A relação é exactamente a oposta, nós é que manadamos neles. Eles não são mais do que nossos funcionários, portanto quando um nosso funcionário nos diz que algo vai mal na nossa organização (e sustentando essas afirmações com um relatório) nós não podemos deixar de ficar inquietos. Pior é quando outros funcionários exigem a demissão dessa pessoa por esse facto.




Julgo que chega a altura de dizer basta! A Idade medieval já acabou, nós somos os senhores da nossa terra e os governantes não são uma classe superior a nós, não são os nossos senhores. São simples empregados que nós de 4 em 4 anos escolhemos para dirigir este nosso pedaço de terra!

O Fim dos Partidos Políticos



Já não é novidade nenhuma, nem sequer uma surpresa. Há muito que os partidos políticos deixaram de existir (nem sei muito bem se alguma vez existiram em Portugal). Na sua génese eram constituídos para agregar pessoas com corrente ideológicas politicas comuns e que teriam um projecto de sociedade. Defenderam grandes causas e as diferenças eram marcantes.

Hoje isso já não existe, desde o inicio da nossa democracia que esse papel foi-se esbatendo com o decorrer dos anos. A componente ideológica foi sendo substituída por mecanismos de poder que foi filtrando para fora do sistema politico aqueles que eram ideologicamente mais convictos. O que inicialmente era camuflado pelas grandes transformações que necessitavam de ser operadas na sociedade portuguesa nos anos 70 e 80 foi sendo exposto com o fim dessas causas nos anos 90. A sociedade tornou-se consumista e os políticos não fugiram à regra sendo que a sua febre consumista era por poder.

Os políticos de hoje eram homens de segunda e terceira linha do período inicial e eram homens de poder e não ideológicos. Eram ferramentas necessárias ao funcionamento do partido. Pragmáticos e com pouco interesse ideológico.

Esta mudança fez com que aos poucos a palavra "politica" fosse considerada suja, algo que apenas as pessoas de fraco carácter e com uma elevada ambição de poder utilizassem.

A palavra foi esvaziada do seu conteúdo inicial (causas, valores, modelo de sociedade) e substituído por um conteúdo bem menos atraente ao povo, a todos nós (poder, corrupção, elitismo).

O que assistimos este fim de semana foi o exemplo mais crasso deste desfecho dos partidos. A forma como a democracia foi tão maltratada no PSD, foi sem dúvida o mais claro exemplo de que algo de bom terminou. As pessoas a quem confiamos a democracia não ligam muito a esse sistema e escolhem no seu domínio (o domínio do partido) um outro sistema: o corporativismo. Sim os partidos políticos já não existem, transformaram-se em grandes corporações politicas. O que movimenta essas organizações já não é a ideologia mas a pertença a uma classe profissional. A profissionais de cargos políticos que utilizam todos os meios para ascender ao poder mesmo que esses meios firam de morte o conceito de democracia.

O percurso politico é feito por carreira, começando nas "juventudes", passando pelo "estágio" nas associações universitárias e seguindo a carreira de acessoria politica até finalmente exercer um cargo politico. O trajecto é claro e não difere de nenhuma outra profissão. (Este mesmo pragmatismo está claro numa discussão que aqui tive sobre a educação.)

O cenário é negro e bem real, mas significará isto que a politica está condenada a ser exercida por corporações? Julgo que não! As ideologias não morreram e irão subir a tona com a degradação do sistema politico. Além disso a ideologia nunca morreu, assim como nunca morreu a politica. Ela é exercida no nosso dia-a-dia, nas nossas discussões com amigos e familiares. É feita nos blogues, no nosso voto, no fundo é feita onde sempre foi feita: nas pessoas. Apenas necessita de regressar onde a mesma é exercida: nas associações de cidadãos, vulgo partidos!

Sentimento de impunidade






Todos nós conhecemos o sindrome do sentimento de impunidade.
São pessoas que se situam num nivel de auto convicção da sua autoridade e valor, transmitindo a terceiros uma aparencia de solidariedade, carinho, compreensão e respeito que os fazem adquirir uma aparencia mascarada, semelhante á realidade.

Um pouco como a esquizofrenia, mantêm uma dupla personalidade, aquela intrinseca que se manifesta na sua auto petulancia e intransigencia, contrabalançada pela personagem pública, simpática e admirada pelo seu "humanismo".


Desafio os leitores a citar algumas figuras públicas com esta esta possivel caracteristica!


Hino Nacional de Moçambique

Aqui vai o Hino Nacional de Moçambique. Não sei porque mas nos dias que correm, há em Moçambique uma grande vontade de se ser "moçambicano", projectando o rogulho nacional. Infelizmente, os nossos políticos é que tratam de provar o contrário, com tantas tragédias a nos seguir dia após dia.
Abraço.

Pela Africa Via Portugal 1. Zimbabwe


Mais uma vez resolvi tocar num tema bastante triste. A situação social e politica do actual Zimbabwe. Não irei comentar as loucuras do Mugabe, seu presidente mas do seu principal opositor, Morgan Tswangirai. Na semana passada, quando se preparava junto com os outros partidos políticos para um gigantesco comício popular com o lema "SALVEMOS ZIMBABWE", a politica apareceu e, sorrateiramente apreendeu-o, tendo o levado a cadeia na companhia de outros colegas seus. Já encravado entre as grades, Tswangirai foi maltratado como bem documentam as fotografias. Sofreu múltiplos traumatismos cranianos bem como fracturas ósseas, como reporta a BBC ou o jornal Noticias moçambicano.
Tudo isso a mando de Robert Mugabe, pessoa que nega livrar-se do poder, mesmo que aos 83 anos de idade nega ser um velho caduco. E o povo, este esta na pior das miserias desde o tempo colonial!
Morgan esta hospitalizado, tendo ja sofrido varias operações cirúrgicas no crânio bem como noutras partes do corpo.

Visita ao "Portugal Real"

Sempre odiei esta expressão, não só porque impunha uma divisão como também era demagógica e populista. Aproveitei estas férias para visitar alguns locais do interior português e verifiquei que efectivamente existem diferenças, quase que diria que foi uma visita ao passado (sem conotações negativas). Senti que as pessoas não se interessavam muito além do que existia para além dos montes e da sua vida de dia-a-dia. No entanto carregavam em si uma portugalidade caracteristica de todo o nosso território.
Saí de lá também com a imagem de que muitos politicos são autênticos irresponsáveis pois muitas vezes, de forma a garantir alguns votos, exarcebam uma realidade que não existe. Também são completamente irresponsáveis pois por vezes contam mentirascomo fossem verdade e distorcem a realidade para justificar os seus actos. Nunca pensei que isto fosse algo relevante, afinal no tempo actual temos acesso a muita informação e rapidamente podemos verificar a veracidade de algumas afirmações. No entanto isto é verdade para ambientes mais citadinos mas não o é nos meios mais rurais ou menos citadinos. Neste ambiente, normalmente a unica voz da verdade é a voz partidária ou pastoral.
Neste contexto quando um politico, com responsabilidades nacionais, tem declarações levianas é extremamente desonesto e motivador de maior atraso no país.