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Escolhas

A organização de um Estado é feita de escolhas de Recursos que são escassos. Como tal devemos sempre ter uma atitude crítica e não dogmática sobre todas as escolhas. Este meu pensamento recaiu hoje sobre a forma de organização que chamamos Autarquias.
O pensamento é breve e é o seguinte: Será que necessitamos de tantas pessoas para nos representarem nas autarquias?

Primeiro necessitamos de saber quantas pessoas é que nos representam. Depois de algum custo consegui determinar o número: 43.547 (que são o número de mandatos para Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Assembleia de Junta de Freguesia). Isto significa que existe 4,1 pessoas por cada 1000 Residentes.

Para poder comparar ter uma melhor noção do que isto representa, e talvez inspirado no tema de ontem, fui verificar qual é a permilagem de Médicos por Habitantes. Fui ao INE e então cheguei ao valor: 3,5!

É verdade, temos mais pessoas que nos representam do que pessoas que nos "curam"!

E como o nome deste artigo diz, é uma questão de escolhas.
Será que queremos tantos representantes ou era preferível contratar mais médicos para termos um melhor S.N.S?

A resposta compete a cada um de nós responder…

Saúde

Estando a discutir o S.N.S. no mui estimado blogue Ladrões de Bicicletas, resolvi fazer aqui um exercício puramente especulativo e altamente amador sobre esta temática.
A questão que me assaltou a cabeça foi: “quanto é que custa o SNS e como seria comparado com um seguro”? Isto é quanto é que as pessoas passariam a pagar caso fossem só seguros e não existisse SNS. Por motivos de tempo resolvi, para ter uma boa comparação comparar o SNS com um Seguro que oferecesse o máximo de cobertura (para estar em pé de igualdade com o SNS). Depois de pouco pesquisar encontrei o Victoria Seguro, só que infelizmente não tinha as clausulas pelo que quanto às exclusões (que presumo sejam idênticos utilizei o do BES).

Sendo assim sabemos que o Ministério da Saúde nos custa cerca de 8.000.000.000 Eur por ano, um número assustador sem dúvida, no entanto, dividido pelo número aproximado de pessoas (cerca de 10.000.000) chegamos à conclusão que nos custa, a cada um 800,00 Eur anualmente. Será que é muito?

Para isso fui então fazer a simulação para um Seguro de Saúde de cobertura total. Para este primeiro exercício utilizei uma pessoa do sexo masculino nos seus 20 anos. Após as opções escolhidas cheguei ao montante final: 561 Eur!!!
“Fogo!!” foi a minha primeira reacção. Mas durou 5 segundo pois sabia que tinha escolhido uma idade em que existe pouca necessidade de cuidados, assim fiz a mesma simulação mas agora como tivesse apenas 1 ano de idade… Outra vez escolhido as opções chega o valor mágico: 1.118 Eur!
"Oh diacho!", afinal neste caso já ficava bem mais caro. Humm, decidi então verificar quanto custaria se me estivesse a reformar. Escolho a data, carrego no botão para prosseguir e chega, sem aviso, o alerta “só se faz seguros entre 0-59”! Pensei para os meus botões “bem se houvesse agora uma transformação para seguros existia muita pessoa que estava tramada!”.

Bem resolvi então fazer a simulação para 59 anos, e eis que:

2.365 EUR!!!

Sim quase o triplo do que custa o S.N.S!!!

Pois parece que afinal para bastantes pessoas não é assim um tão bom negócio, mas resolvi, como quem não quer a coisa, verificar algumas exclusões. Então fiquei a saber que:

“- Cirurgias e/ou tratamentos destinadas à correcção de malformações congénitas, excepto quando digam respeito a crianças nascidas durante a vigência do Contrato e incluídas antes de completarem 60 dias de idade.”

“- Doenças crónicas do foro psíquico”

“- Consultas, testes e tratamentos relativos a infertilidade ou inseminação artificial.”

- “Hemodiálise” e “Transplantes de Orgãos”

- “Infecção por HIV e suas implicações.”

- “Acidentes ocorridos e doenças contraídas por força de calamidades naturais de tipo catastrófico, durante revoluções ou devido à existência de um estado de guerra, declarado ou não.

- “Lesões ou doenças provocadas por radioactividade.”

- “Doenças infecto – contagiosas, quando em situação de epidemia declaradas pelas
autoridades de saúde.”

- “Check-up e exames gerais de saúde.”

Estão todos excluídos. Sim, se por acaso for esquizofrénico, azar, contraiu Sida, Azar, existe uma epidemia, AZAR, quer fazer um check up, AZAR, etc, etc, etc…

Ou seja analisando a questão, se quer ter um seguro de Saúde e pode para ter acesso a um serviço melhor, tudo bem, mas se começa a ter a noção peregrina e enganadora de que os privados é que são bons, pense duas vezes! É que se isso acontecer vai ter menos cuidados de saúde, com os mesmos defeitos que o SNS tem agora e a pagar muito mais pelos seus custos de Saúde!!!

Declarações infelizes...

Há dias assim. Uma pessoa acorda, vai para o trabalho e no meio da fila de transito iga o carro para ouvir as notícias. E eis que é confrontado com declarações no mínimo infelizes de uma pessoa que lidera o partido da oposição:

"O Objectivo da Família é a procriação".


São frases como estas que nos fazem acordar para a realidade. Portugal ainda é muito retrogado em termos sociais. É a unica explicação para que ainda ouçamos este tipo de afirmações. Primeiro, julgo que o objectivo da familia é determinado pela própria familia. Pensava eu, que na minha familia nós é que decidiamos o nosso próprio destino e que a familía iniciava-se quando duas pessoas decidem partilhar a sua vida porque gostam uma da outra. Parece que para alguns isso não acontece e parece que para essas pessoas afinal só nos juntamos para copular com o objectivo de procriar. Aliás ao que parece é que caso decidamos não procriar então deixamos de ser uma familia. Todas aquelas histórias e lengalengas que quando ocorre um casamento acontece parece afinal que não fazem sentido nenhum e que deveriam serem substituidas pelo seguinte:


"Maria, aceita José para seu esposo e procriar com ele?


e


José, aceita Maria para sua esposa e procriar com ela?"


Convenhamos que simplificaria bastante o casamento.


Mas ainda mais interessante é a como apareceu esta frase. Esta frase apareceu como justificação para ser contra os casamento entre homossexuais. Ora isto é de uma desonestidade brutal, sabendo nós que casais homossexuais não podem ainda adoptar crianças, esta justificação pode apenas serve para camuflar um preconceito ainda vigente em alguns sectores da nossa sociedade.


Ok, poderão me dizer que a Ferreira Leite estava a falar no acto de gerar uma nova vida (manifestamente impossível no caso dos casais homossexuais). Se assim for então ainda se tornam mais infelizes, pois assim estaria a defender que um filho adoptado não fosse considerado parte do agragado familiar e não deveria dar direito a incentivo fiscal e isso julgo que nem o conservadorismo, tanto da Ferreira Leite como da nossa sociedade, iria tão longe.

E agora, Daniel? O Silêncio!

Escrevi aqui algumas questões que gostava de ver esclarecido. No entanto o Daniel não respondeu, ou melhor respondeu com o silêncio.

Este silêncio é sintomático do que actualmente acontece no mundo político em que se insere. Um silêncio sufocante que estrangula aquelas pessoas que não são mais que simples pessoas. Julgo que as dúvidas eram legítimas e que no mínimo um “não posso responder” bastava.
Bem, talvez seja o preconceito que me faz escrever estas linhas, o preconceito de quem imagina que você leu o meu comentário no seu blogue mas, vindo de quem vem, julgou que não valia a pena responder. Este preconceito nasce de quem já o viu responder a questões levantadas de menor valor, simples provocações, mas que eram provenientes de pessoas que tinham mais visibilidade.

Assim, embora tenha um estilo diferente, não deixa de cometer o mesmo erro que os nossos políticos, aliás da sociedade em geral comete: o de não ouvir quem é pequeno, quem está por baixo. Nós que apenas temos uns “blogues de vizinhos”, com poucas visitas.

Julgo que a mensagem politica e a própria politica deveria ser feita para pessoas como nós, que estamos afastadas dos microfones e não para os media, para os jornais ou simplesmente para blogues com mais visitas.

Este é o silêncio que faz com que haja um “nós” e um “eles”, que afasta pessoas da política e que os deixa num estado crescente de desespero. Desespero de quem olha à volta e não vê mais ninguém que pessoas iguais a ele próprio, impotentes para provocar uma real mudança, mas perfeitamente conscientes do que está a acontecer à sua volta!

Obrigado à mesma pela disponibilidade de publicar este e o outro comentário, e peço desculpa adiantado caso me tenha enganado no meu julgamento!

Engº Soundbites

Nada daria mais prazer a um Primeiro-ministro do que receber boas críticas quando faz uma entrevista. Uma entrevista que serve para fazer um resumo de três anos de governação. No entanto isso não é possível. E não é possível porque a entrevista começou com uma meia verdade. Uma meia verdade que faz sofrer mais de 400.000 portugueses. Falo do desemprego. E não existe nada mais injusto que dar como positivo a criação de postos de trabalhos quando em termos efectivos existem mais desempregados do que quando o Primeiro-ministro iniciou a legislatura.

Depois veio a economia. E na economia o Primeiro-ministro esteve bem e devemos lhe dar os parabéns. A meta do deficit foi atingida e o crescimento económico embora baixo é positivo e suportado nas exportações. Não se deve correr o risco de criticar por criticar e neste campo, embora exista espaço para criticas, o trabalho deste governo tem sido positivo. E tem sido positivo ao ponto de fazer esquecer o horror que existia antes de ele tomar posse.

Veio então os temas da educação e da saúde. E nestes temas alguém devia avisar o Primeiro-ministro a ultrapassar além dos preâmbulos da lei, isto é, além das intenções. Intenções estas que são positivas mas que não estão reflectidas na prática. A reforma que a nossa Ministra da Educação tanto se orgulha é uma reforma que não institui melhores praticas mas rateia os professores consoante as suas cores politicas. E esta nova escolha de director não faz mais que criar um novo cargo político. E não faz mais do que criar um novo cargo político pelo seu método de escolha. Quanto à saúde não se deve criticar a intenção de aumentar a qualidade e produtividade dos serviços. E ninguém em consciência pode afirmar o contrário, no entanto e como vem sendo hábito não basta decidir, há que decidir bem. E decidir bem não significa implementar uma mudança e ficar à espera dos erros para os corrigir, não numa área em que um erro pode custar a vida de uma pessoa.

E para finalizar, uma questão que deixo ao Primeiro-ministro: relativo aos projectos que assinou, tem orgulho de se associar àquelas obras? É essa a sua visão de urbanismo em Portugal?

[P.S. ficou aqui a minha visão da entrevista de ontem. Como vêem não é difícil falar à Primeiro-ministro. Basta utilizar e abusar da construção de frases tipo: A-B. B-C. e juntar uma quantidade mínima de chavões tipo: “Não há nada que dá mais prazer a um Primeiro-ministro do que…” ou outras do género.]

E agora, Daniel?

Escrevo-lhe esta carta aberta (o termo mais correcto será “post aberto”) na esperança de obter uma resposta da sua parte.

O Daniel é autor do blogue Arrastão, comentador do Eixo do Mal, cronista do Expresso e militante do Bloco de Esquerda. É nesta ultima condição que lhe escrevo.



Votei no PS nas últimas eleições. Votei convicto que Sócrates representava a melhor alternativa, mas mais do que isso votei a pensar que finalmente tínhamos um politico capaz de promover alterações e melhorar as condições de vida em Portugal. Fiz parte daquela enorme massa de eleitores que votaram predispostos a fazer sacrifícios para que existisse reformas que sustentassem um Estado de Esquerda.



No entanto, passados estes três anos sei que me enganei. Na minha opinião, o PS não implementou as reformas necessárias mas as reformas de cosmética que apenas servem para reorganizar o estado de forma a assegurar cargos políticos para membros militantes do PS afectos não ao aparelho político do PS mas sim de Sócrates. Aprendi a ouvir o nosso Primeiro-ministro para além dos soundbites estridentes mas vazios de real conteúdo.



Aprendi e compreendi que é preferível não fazer nada do que a fazer algo que prejudique pessoas.

Assim passado três anos tomei a decisão de não suportar este PS e o seu líder. Mas tal decisão acarreta consequências que poderão ser graves. Poderia decidir, como seria tentador, votar em branco. Afinal, actualmente não me revejo em nenhum partido politico, e sentindo-me órfão, o mais simples e mais honesto (tenho de admitir) era votar em branco. Só que tal apenas daria força aos partidos (excluindo o PS) e principalmente reforçaria a posição do PSD (2º partido). Ora isso é o que não queria que acontecesse. Menezes seria o pior que poderia acontecer ao país actualmente. Menezes pactua com o PS na acção de diminuir a democracia em Portugal, é incompetente em matérias financeiras (a minha opinião deriva da sua actuação em Gaia) e defende o lado liberal e populista do PSD. Com ele teríamos menos Estado e pior Estado.

E é nesta encruzilhada que lhe escrevo. Eu terei que votar (votar em branco está portanto fora da questão) e sendo de esquerda terei de escolher nos restantes 2 partidos. Como, por motivos pessoais não escolherei o PCP (a sua actuação no passado e as suas convicções ainda actuais – por exemplo o apoio de Estaline – são incompatíveis com os meus ideais) resta-me o Bloco de Esquerda. E assim gostaria que me respondesse a algumas dúvidas que são para mim importantes para tomar a minha decisão.

Falta pouco tempo para as próximas eleições e portanto não existe tempo de criação de um novo partido político, apenas resta o Bloco de Esquerda, mas a vantagem que o Bloco tem (nunca ter tido um pasta de governo) também é o seu handicap maior. Faz com que não tenha a certeza se o Bloco já tem a capacidade para assumir uma pasta.

1-Mas caso o faça qual seria a pasta que escolheria e qual seria a sua actuação?

2-Não sendo claro o guia de acção do Bloco de Esquerda, seria o Bloco capaz de defender medidas de diminuição de cargos políticos no Estado (nomeadamente o número exagerado de lugares de representação municipal) para libertar fundo para apoio directo à pobreza?

3-Seriam capazes de defender um politica de tecto máximo salarial de forma a diminuir o Gap entre mais pobres e ricos?

4-Esta próxima dúvida, julgo uma que será essencial, seriam capazes de abandonar a exigência de um referendo ao tratado de Lisboa?

Estas são as primeiras dúvidas que tenho, mas tenho uma mais permente. Como eu julgo que existem muitas pessoas que deixarão de votar PS. Pelo que durante a próxima campanha será importante assegurar que não cairão na tentação de criticar a actuação do PS exageradamente de forma a captar os votos de pessoas, que como eu, estão desiludidas com o PS e depois das eleições terem de conviver com esse mesmo executivo. A minha dúvida é:

- Quais são os pontos que estão dispostos a abdicar para formar governo com o PS? Ou serão incapazes de tal acordo, mesmo que seja o mais benéfico para o país?

Bem julgo que já me alonguei em demasia pelo que para já não irei colocar mais nenhuma questão.

Sei que o Bloco cresceu muito, sei que foi capaz de ser eleito para o Parlamento e ganhar eleições municipais.




E agora Daniel? Será capaz de enfrentar o próximo desafio?

E nós o que vamos fazer...

... Talvez REMODELAR! Confessem, acabaram esta frase de forma diferente. Não é que o significado seja diferente!

Parece que é uma espécie de remodelação e que vai continuar, mas julgo que é para ficar tudo na mesma. Nunca fui muito de remodelações. Mudar por mudar nunca leva a lado nenhum, e honestamente, embora não fossem bons também não eram assim tão maus (mudo de opinião se for a Ministra da Educação a próxima).

Pior mesmo é a oposição elaborada pelo PSD que andou séculos a pedir uma remodelação e agora que aconteceu voltou a criticar. Julgo que a cada dia que passa o P do PSD é sinónimo de "papagaio", mas a este "papagaio" ninguém remodela!!!

Ao Centro!

Discute-se muito se Portugal é à esquerda ou à direita. Existe no nosso imaginário recente a impressão de que Portugal tem uma inclinação maior pela esquerda embora grande concentração se dê ao centro e muito raramente existe alguém à direita.
Foi uma questão que me preocupou muito ao longo dos anos, no entanto este fim-de-semana que fui de Lisboa a Braga e voltei fiquei com a certeza que definitivamente Portugal é de esquerda com uma forte tendência centrista. Pelas suas características os da direita andam muito devagar, os da esquerda são mais desenvoltos embora muito vezes perigosos. Já ao centro normalmente só atrapalham, causam impedimentos e muitas vezes empatam mais que os da direita. Aliás, na sua maioria não se avança por causa deles!

P.S. Já agora, não estou a falar de politica, a minha análise é do trânsito nas estradas de Portugal!


Moção de censura foi... Censurada!

Como seria expectável a moção de censura ao governo promovida pelo BE foi "censurada", ou melhor foi chumbada pela maioria PS. Num tempo de descrédito do mundo politíco é importante que os partidos se comportem de uma forma mais responsável do que o líder do BE se comportou. A moção de censura é um instrumento muito importante da Assembleia. É o equivalente à famosa "bomba atómica" do presidente da república e só deve ser promovida em casos de gravidade extrema. Ora ao contrário do que Francisco Louça afirma o Primeiro Ministro não faltou explicitamente à sua palavra. No máximo teve um comportamento lamentável ao não explicar claramente a sua decisão e ao não promover o esclarecimento público do Tratado de Lisboa. Nada suficientemente grave para levar à promoção de uma moção de censura.
O que escapou à oposição, e agora vai muito tarde para tomar qualquer acção é que o governo apenas faltou a uma promessa que efectuou na campanha eleitoral: o adiamento da idade da reforma na função publica cujo o candidato José Socrates garantiu não iria afectar quem tivesse perto da sua idade de reforma e que não cumpriu mas nessa altura ninguém promoveu uma séria contestação a este facto e ele passou incólume.
Agora também outros factos graves se passam na sociedade portuguesa e a oposição nada faz, nem sequer uma proposta de lei. Falo do caso BCP e dos salários criminosos dos seus administradores. O caso BCP, o perdão de cerca de 20 milhões de euros de dívidas a pessoas directa ou indirectamente ligadas à administração é para ser investigado e a Assembleia devia de se preocupar com este facto. Os três milhões de euros por administrador no BCP é no mínimo um atentado à esmagadora maioria dos portugueses e aos accionistas desse grupo. Na Alemanha começa-se a falar em limitar os salários a um topo máximo, até nas hostes mais conservadoras, mas em Portugal nem uma linha. Nos USA os salários do BCP são noticia e apelidados de "roubo aos accionistas" mas em Portugal nem uma palavra.
Afinal não é só o governo que censura a oposição, é a mesma que muitas vezes se censura a si própria!

Encadilhou-se!!!


Gosto especialmente da forma como algumas pessoas encaram a derrota. Cadilhe é uma delas, um eterno optimista e até na derrota vê vitórias. E não foi uma derrota qualquer, foi acima dos 95%, foi uma derrota esmagadora.

Quis ser protagonista da assembleia mas "encadilhou-se" pois, excepto o tempo de antena nos media, a sua importância neste processo foi reduzida ou mesmo insignificante. Irónico é o facto de que, quem protestou contra a interferência do mundo político no mundo dos negócios, acabou ele mesmo ter importância apenas no mundo político. Na minha opinião, Cadilhe serviu interesses políticos e não interesses privados. Foi instrumento utilizado para o PSD protestar ao longo da semana e nada mais.

O porquê do Estado da Nação

Nunca se questionaram porque é que temos tantas leis e estudos? Ou o porquê de Portugal ser tão avesso à mudança? Bem a resposta está em frente dos nossos olhos (basta consultar aqui).

A resposta à primeira questão é simples: porque é o que sabem fazer. 31% dos nossos deputados são provenientes da área de advocacia e 25% são professores. Representando 56% dos deputados não se poderia esperar outro resultado do que leis e estudos, leis e estudos, leis e estudos!!! Eles só vêem isso. Foram programados para tal e é de uma brutalidade exigir a mui nobres pessoas que façam algo de diferente... Sei lá, algo como governar ou gerir.

Sempre pensei que era algo inerente a nós, que estava inserido no nosso ADN nacional, mas vejo agora que não é nada mais do que o trabalho expectável de advogados e professores. Só existe uma dúvida que ficou a pairar no ar: que raio de actividade profissional é a de politico. Descobri que na assembleia só existem 8 políticos o que e muito estranho. Se ser deputado não é ser politico o que raio é ser politico?

A segunda resposta também é fácil: Sabe-se que a partir de certa altura nos tornamos-nos mais conservadores. E um facto natural da vida. Pode não acontecer a todos mas acontece a muitos. Eu diria que tal acontece após a crise dos 40, quando uma pessoa começa a perder a força para mudar o mundo (e também quando começa a ficar mais dogmático). Ora 74% dos nossos deputados têm mais de 41 anos (sendo que 40% tem mais de 51 anos). Com esta faixa etária como poderíamos nós exigir um forte ímpeto de mudança. Se não é impossível, no mínimo é muito difícil!!!

O direito a ser parvo...

Esta ultima semana foi, sem dúvida, pródiga em demonstrar um grande beneficio que o 25 de Abril trouxe (e ainda bem). Começou com uma piada parva de um professor. No entanto não ficou só por aí, a oposição logo começou a chover com parvoíces, exigindo parvoíces que noutros tempos não teriam o direito de o exigir.

Mas quando a situação estava a ficar mais pacificada chega então o Ministro Mário Lino e diz mais um conjunto de parvoíces num almoço da Ordem dos Economistas. Sem duvidas escolheu palavras parvas e um discurso parvo para dizer uma coisa óbvia e porquê? Porque tem esse direito, podemos não gostar mas é de facto um direito que lhe assiste. No entanto a oposição, com inveja de tamanha parvoíce, logo iniciou um conjunto de afirmações parvas, pedindo uma demissão, que a acontecer era parva. E terminando o dia no parlamento com a expressão mais do que parva de "Jamais..." por um deputado, que arrisco a dizer, momentaneamente parvo.

Mais localmente em Lisboa assistimos a um inicio de uma candidatura parva, cujo o slogan é "Continuar o que deixei a meio!" Ora se o dito senhor, que não me parece nada parvo, deixou uma câmara numa situação financeiramente desesperante, essa atitude é no mínimo PARVA!

Ou seja no meio de tanta parvoíce, só nos resta rir da dita e tentar bloquear o facto de que todos estes cargos são de uma extrema importância para as nossas vida.

[Uma nota final para a decisão da directora que suspendeu o dito professor que disse uma piada parva. A ser verdade essa atitude não foi parva, foi pura e simplesmente criminosa!]

4 anos de hipocrisia



Fazem quatro anos que os EUA invadiram ilegalmente o Iraque com a desculpa que este teria à sua disposição as “famosas” armas de destruição maciça.
Hoje, o mundo sabe que esta guerra é uma das maiores fraudes políticas da história recente. O governo americano passa por cima de todas as convenções internacionais para assim poder colocar em práctica uma estratégia imperialista e neo-colonial. As riquezas petroliferas e as vantagens geo-estratégicas não explicam tudo. Acima de todas as hipocrisias capitalistas está a loucura e o autismo suicida de Bush.

O desejo de fazer o mundo à imagem da América não é novo. Os americanos ainda não perceberam que o resto do planeta tem uma identidade milenar nas mais diversas regiões do mundo e que não tem nem querem ser submetidos ao “american way of life” que já demonstrou só servir para engordar o corpo e poluir a mente.

O Iraque é o palco de uma autêntica guerra civil entre facções políticas e religiosas, “Estive com uma patrulha de infantaria a semana passada. Um dia lutámos contra sunitas, no dia seguinte contra os xiitas, no terceiro tiveram de combater o Exército de Deus, um grupo dissidente xiita que tinha armazenado enormes quantidades de munições. Se temos de combater todos estes grupos diferentes, quem são os nossos amigos aqui?”, perguntava há dias em Bagdad um repórter, citado por William Tucker, enviado do American Spectator.

Ora, é por mais evidente que ao contrário do que Bush afirma, no Iraque os únicos que estão do seu lado são os fantoches que os americanos colocaram no poder. Uma ilegalidade que suplanta a ditadura de Saddam. Os EUA já mataram mais de 650 000 iraquianos e o mundo nada faz. Assiste impávidamente ao aniquilamento de um povo que esteve à mercê de déspotas durante demasiado tempo sem que a comunidade internacional se preocupasse até ao dia em que a família Bush ali viu uma enorme oportunidade de negócio. Os interesses económicos dos EUA nesta guerra são evidentes. Actualmente centenas de empresas proliferam no Iraque, lucrando com negócios que precisam da guerra e da destruição para se auto-sustentarem. Beneficiam dos grandes contratos decorrentes da campanha bélica. General Electric, Lockheed Martin, Boeing, Northrop Grumman e Halliburton, entre outras são alguns exemplos desta realidade.

Guantanamo, é outra das aberrações desta guerra. Milhares de civis são diáriamente torturados sem direito a advogados para se defenderem e estão à mercê de um país que teima em não assumir o humanismo como um dever. Aquilo que estes EUA tem feito nos últimos anos apenas serve para criarem ódio e sede de vingança. Depois não se queixem. A nova ordem mundial imposta pelos interesses de Bush estão a criar a aproximação de uma verdadeira guerra. Sim, porque o tio Sam terá que se mentalizar que o derramamento de sangue só agora começa e ainda falta “assistirmos” ao verdadeiro contra golpe. O palco da verdadeira guerra vai ser exibida em pleno território americano. O único lugar de onde nunca deveria ter saído este mórbido confronto. Os americanos terão de sofrer na pele aquilo que tem feito ao mundo. Quando os democratas chegarem ao poder será tarde demais. Os dados (entenda-se ódios) estão lançados.

por Teixeira