Dito desta forma até parece estranho! Afinal obviamente que uma ideia com valor está sempre de parabéns. Mas neste caso refiro-me ao excelente blogue do Carlos Santos, que faz hoje um ano de existência.
Que venham muitos mais anos!
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12 comentários:
Olá Stran. Estou a tentar comentar o post "Estou farto".
Gostei. Só te faço uma observação amarga: o ser humano não é bem descrito por Rosseau. Espero que Jonh Locke tenha a razão do lado dele, porque se Thomas Hobbes estiver correcto, estamos lixados até ao fim de mundo.
Boa noite.
Oi!!!
Obrigado! Realmente não sei o que aconteceu ao link dos comentários nesse post.
Epá agora é que me deixastes confundido. É que eu não tenho grande memória para nomes: qual descrição corresponde a qual?
Pelo que me escreveste parece-me que Hobbes é do "mau selvagem". Estou correcto?
P.S. Vou começar a ler o Admirável mundo novo!
O Admirável mundo novo? É um excelente livro. Já o li há muitos anos atrás; tentarei encontra-lo (tenho milhares de livros em casa!), e quero reler.
Desculpa deixar-te confuso. Tens razão; para Hobbes " o homem é o lobo do homem". Uma perfeita besta! O ser humano é mau e egoista.
John Locke é o moderado. O ser humano não é mau nem é bom. A maioria deseja viver em paz. O homem associa-se e forma sociedades para se proteger de uma minoria, que é má (isot dito de forma muuuito resumida).
"isot"?! Isto é o que dar em escrever à pressa! É "isto".
Julgo que a maneira como descrevem o ser humano está muito dependente do contexto em que viveram. Nesse particular Hobbes viveu um periodo muito negro pelo que é normal que tenha descrito o pior que o ser humano tem.
No entanto julgo que em nós temos sempre um pouco de ambos. Depende de nós próprios sermos o bom ou o mau selvagem.
Qt à de Locke, julgo que o tamanho da minoria, e o poder que tem, é que acaba por influenciar o output da sociedade (mas isso é tema para uma longa discussão).
Qt ao livro está a ser uma agradável (se bem que previsivel) supresa.
A minha 1ª duvida é porque é que alguns orwellianos não citam mais o huxley?
"A minha 1ª duvida é porque é que alguns orwellianos não citam mais o huxley?"
Não faço ideia. MAs se um dia as coisas descambarem para um estado totalitário, desconfio que os meios "Admirável Novo Mundo" serão os mais aplicados, por serem mais eficazes.
Quanto a Hobbes, concordo com a tua afirmação. Ele viveu numa época muito complicada, e querio a a paz social a qualquer preço. Mesmo que esse preço fosse um Leviatã.
Gostei da observação sobre a minoria (Qt à de Locke, julgo que o tamanho da minoria, e o poder que tem, é que acaba por influenciar o output da sociedade). Mas relativamente a esta minoria há que ter muito cuidado. Uma boa parte desta minoria poderá ser constituida por vulgares delinquentes. Não constitui, em regra, uma perigo terrivel para a sociedade. Outra parte desta minoria poderá ocupar lugares executivos, por ex., num banco (oh, que exemplo inocente!). E é esta tal minoria que poerá ser terrivelmente perigosa. Como já o demonstrou.
Se me permitem entrar na conversa (estou de férias), sempre achei muito estranho que um número substancial de pessoas se fundamente no que dizem ou não dizem os teóricos sobre o ser humano e faça disso cavalo de batalha até ao absurdo, como se a posição do observador pudesse de algum modo influenciar o observado. É assim como se os passarinhos passassem e voar em bandos alargados ou em famílias limitadas conforme a opinião formada pelo birdwatcher a partir dos seus binóculos.
É claro que os filósofos têm um pouco mais de crédito porque dominam os instrumentos de observação, mas são entre si tão plurais e variados que nenhum pode ter razão sozinho. Quanto a mim, que não sou filósofa e apenas tenho a experiência empírica que me dá o olhar à minha volta, o homem não é nem rousseauniano, nem hobbesiano, nem lockiano, nem cínico, nem estóico (estes termos no sentido dos filósofos gregos, que não é exactamente o significado que hoje se lhes dá) nem idealista, nem materialista, nem nada disso. Terá, conforme as circunstâncias em que nasceu e viveu, e ainda muito condicionado pelo próprio padrão bio-químico, um pouco de tudo, embora sem prejuízo da predominância de um aspecto sobre os outros.
Por aquilo que sei da história da humanidade conjugada com o tempo que me é dado viver, a esmagadora maioria das pessoas é naturalmente afável, amistosa, gregária, empática para com os outros. Em circunstâncias anormais, especialmente quando levadas a extremos que implicam sobrevivência física, mental e material (que pode condicionar as outras), as pessoas podem ser capazes do pior se o sentirem como necessário, o élan vital é a nossa ligação profunda à vida e à terra.
Se olharmos bem à volta, os abutres são um punhado no conjunto humano. Os que aplaudem esses abutres são um pouco mais numerosos, mas ainda assim ultraminoritários em relação ao total da população mundial. E há os indiferentes, claro, mas esses normalmente não agem e tanto podem ser aliciados para um lado como para o outro. Daí a importância dos movimentos sociais solidários, que se recusam a ceder à brutalidade da selva.
A minha 1ª duvida é porque é que alguns orwellianos não citam mais o huxley
Embora ambos projectistas do futuro com alguns pontos comuns, são bastante diferentes, acho eu.
Coincidem numa sociedade ficcionada pouco atractiva (ou não), mas enquanto Orwell teme o advento de uma vida colectiva cinzenta, opressiva, vigiada através da tecnologia, Huxley antecipa uma sociedade passiva e egoísta na qual, por excesso e banalização da informação, a verdade ou a falta dela se torna irrelevante, e aceitará alegremente a tecnologia que a controlará. O cidadão do futuro orwellino sofre com a vida que é obrigado a viver, com a falta de liberdade e de horizontes, o de Huxley está-se positivamente nas tintas para tais detalhes.
Penso que chegámos a uma situação mista e que ambos têm razão. E isto liga-se com o meu comentário anterior. Não só existem pessoas bem definidas que tendem a encostar-se a um modelo ou a outro, como há pessoas nas quais os dois mundos convivem.
É apenas a minha opinião, claro, outra pessoa pegará noutros aspectos e verá uma coisa diferente. Ou pega nos mesmos e vê-lhes continuidade.
Desculpem o atraso no meu comentário!
EJ Santos,
"Outra parte desta minoria poderá ocupar lugares executivos, por ex., num banco (oh, que exemplo inocente!). E é esta tal minoria que poerá ser terrivelmente perigosa. Como já o demonstrou."
Inocente mas real! Como pudemos verificar in loco. Numa sociedade existe sempre forças em tensão, desde o nível micro até ao nível macro. E são estas que acabam por definir o rumo da sociedade.
ML,
Grandes comentarios, ou melhor grandes em qualidade!!!
Também concordo contigo, somos uma mistura de tudo e também é essa a nossa riqueza e que torna cada ser humano unico. E embora a nível macro se pode distinguir uma tendência de comportamente (tendência essa que não é unica), é um erro enorme quando tentam explicar essa tendencia a nível micro no individuo.
"Daí a importância dos movimentos sociais solidários, que se recusam a ceder à brutalidade da selva."
Sem duvida, e existe uma ainda maior importância o papel do Estado nesse caso para que esses movimentos sociais solidarios não sejam de indole religiosa.
" E há os indiferentes, claro, mas esses normalmente não agem e tanto podem ser aliciados para um lado como para o outro."
E são estes os mais definidores de uma sociedade.
P.S. Sobre Huxley e Orwell, ainda não consigo ter uma opinião sustentada que ainda não acabei de ler o livro.
"Sobre Huxley e Orwell, ainda não consigo ter uma opinião sustentada que ainda não acabei de ler o livro."
Como não?! Vê lá se to,mas um pouco de soma, ou ainda te mandam para a sala 101.
MAs não te preocupes. Somos todos felizes e o Big Brother toma conta de nós.
"Como não?! Vê lá se to,mas um pouco de soma, ou ainda te mandam para a sala 101.
MAs não te preocupes. Somos todos felizes e o Big Brother toma conta de nós."
Lindo, absolutamente genial (deve ser efeitas da soma).
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