Alice no país das maravilhas!
Post politicamente incorrecto: Natalidade
O meu nome é Zola...
Nova aquisição do Tuga 1.75
Espero que gostem do seu trabalho tanto quanto eu!
Eu estou Farto!!!
"No Irão morreram mais de 20 pessoas em protesto contra os resultados eleitorais e exigindo mais democracia. As liberdades fundamentais foram suspensas. Nas Honduras, militares golpistas extraditaram o presidente democraticamente eleito. Os protestos já geraram duas vítimas mortais. As liberdades fundamentais foram suspensas. Na China, 140 pessoas morreram em protestos contra a suposta hegemonia de uma etnia. 1400 pessoas foram presas e as liberdades fundamentais foram suspensas.Estamos fartos disto! Estamos fartos de repressões e ditadurices. Estamos fartos de desrespeitos claros aos mais básicos direitos fundamentais. Estamos fartos de ver a liberdade ser suspensa. Estamos fartos de ver a democracia ser adiada em tantos países. Estamos fartos da paz ser constantemente hipotecada. Não pode ser! Estamos fartos e, dentro das possibilidades de cada um, vamos fazer barulho por isso! Temos dito!"
Para quem me conhece (e que acompanhou a minha estadia no blogue internacional Wall of Speech) sabe que à muito que estou farto disto! O desafio foi-me proposto pelo Carlos Santos, e agora chega a minha vez de escolher outros a se pronunciarem. Escolho alguns dos blogues que têm o habito de afirmarem que defendem acerrimamente a liberdade e democracia a se pronunciarem, além dos dois blogues que estão em campanha. Veremos então qual a reacção destes blogues:
O Valor das Ideias está de Parabéns!!!
Que venham muitos mais anos!
Riqueza (III)
Assim, genericamente reconheci que o nível de riqueza é verificada pelo nosso nível de consumo dos recursos disponíveis. Neste caso, tanto o conceito de consumo, como o conceito de recursos é entendido num sentido muito lato. O consumo refere-se a um acto, que pode ou não ser fisico (por exemplo, o passar tempo em lazer é enquadrado para mim neste acto) mas está relacionado positivamente com o nosso bem estar. Quanto ao conceito recurso, ele também é visto por mim num conceito lato e abrange recursos tangíveis e intagíveis.
Assim como aparece o dinheiro? O dinheiro é a invenção humana que permite relacionar todos estes conceitos subjectivos. E devo dizer que é possivelmente uma das maiores invenções do ser humano. O dinheiro é uma relação entre as diferentes valorizações que damos ao consumo de recursos e que é materializada num papel. Como ente “fisíco” ele não tem muito valor, como o caso do Zimbabwe é exemplificativo. Isto é, a importância do dinheiro está na relação que estabelece e não na sua materialização. Embora foi esta materialização que permitiu ser uma excelente invenção. É que uma nota aumenta a portabilidade da nossa riqueza (não ficamos presos ao local fisico onde nos é permitido consumir), acabando decisivamente para o aumento da nossa liberdade de acção. Por outro lado, o dinheiro é materializado num bem que tem uma elevada durabilidade o que representou também uma maior liberdade de acção (podemos escolher quando consumir).
Mas este conceito, o dinheiro, visto desta forma poderá, se explorado com mais profundidade (algo para fazer num futuro mais longinquo) poderá permitir encontrar novas soluções para velhos problemas. Por exemplo, se modificarmos a forma como expressamos essa relação (actualmente está em valor absoluto) podemos mudar significamente a vida tal como a conhecemos.
Deixo aqui um exemplo:
Esta separação entre dinheiro e riqueza pode fazer sentido por exemplo na temática das multas. Será justo que para a mesma infracção dois individuos vejam o seu nível de riqueza diminuir de forma desigual?
Eu julgo que não, que a mesma infracção deveria estar associada a um igual decréscimo de riqueza. O problema é que tal e qual como as multas estão criadas (valor absoluto) faz com que essa realidade exista. Desta forma, dependente do nível de riqueza do individuo, a multa tem um impacto diferenciado.
Falemos em números: O individuo A tem um rendimento de 10,000,00 Eur, enquanto o Individuo B tem um rendimento de 500,00 Eur. Ora se determinada infração tem o valor pecuniário de 500,00 Eur, tal significa que tem impacto diferente nestes dois individuos. O Individuo A perde apenas 5% da sua riqueza enquanto o individuo B perde a totalidade da sua riqueza.
Objectivamente, este sistema acaba por criar discriminações na liberdade dos individuos (e a liberdade de infracção é para mim uma liberdade também) o que é de todo um efeito indesejavel.
Por exemplo, uma possível solução é a transformação das multas de valor absoluto para valor relativo (uma percentagem do rendimento mensal, por exemplo). Dessa forma garantia-se que o impacto seria identico para todos, e que o desincentivo a determinada acção (que é o conceito por detrás das multas) era identico para todos.
Aprender a ficar calada!
"Aquilo que se está a dizer é que existe já essa entidade, existe uma entidade independente para acompanhar as contas públicas no Parlamento, que deveria neste momento pronunciar-se, porque surge a ideia, dos factos, de que afinal as contas públicas estão verdadeiramente descontroladas"
Ora MFL sabe, como ex-Ministra das Finanças que tal pedido é inútil pois não teriam tempo de aferir com fiabilidade essa situação. Ela sabe, melhor como ninguém que a opinião dessa entidade, para ser util e fiável levaria mais tempo do que aquela determinou para se pronunciar (antes de Setembro).
Mas pior que isso ela sabe, melhor do que ninguém o que é viver uma época em que as "contas estão verdadeiramente descontroladas".
Existe um orgão em Portugal que afere sobre a fiabilidade das contas publicas em Portugal: o Tribunal de Contas. E se recuarmos no tempo, é interessante o parecer que o Tribunal de contas faz das contas públicas em 2003.
Em 2003 era Manuela Ferreira Leite a ministra das Finanças e o Tribunal de contas emite o seguinte parecer sobre as contas publicas geridas por MFL:
1 - "a informação registada não pode ser considerada fiável, consistente e tempestiva, quando se verificou estar incompleta, conter valores por rectificar, regularizar ou conciliar"
2 - "A análise à execução do Orçamento da Receita registada na Conta Geral do Estado de 2003 leva o Tribunal de Contas a manter uma posição de reserva sobre os valores nela inscritos, dado que o respectivo modelo de contabilização continuou a não assegurar o registo integral, tempestivo, fiável e consistente da informação."
Mais, acerca do tempo que demora a enviar a informação para o Tribunal de Contas também é claro que 1 mês é manifestamente insuficiente, pois quando coube à mesma enviar essa informação:
"É no cumprimento destes preceitos constitucionais que se apresenta o Parecer do Tribunal sobre a Conta relativa ao ano económico de 2003, recebida em 1 de Julho de 2004."
Sim, Manuela Ferreira Leite demorou 6 meses a enviar informação que era escassa e pouco fiável.
Assim sem duvida que Manuela Ferreira Leite sabe o que é ter "contas descontroladas", e também sabe melhor que ninguém, que o que pediu é impossível de obter. Assim resta-me apenas a duvida: porque é que a mesma o fez?
Sexo!
Interrupção voluntária da gravidez
Posto isto fui pesquisar a opinião desfavorável à IVG do Tiago, e achei que era importante escrever este artigo. Ao contrário do que se possa pensar este é um tema que deve ser sempre discutido, pois nele estão inseridos conceitos de sociedade e de vida cujo o debate não termina num referendo.
O IVG é sempre um tema polémico. E a questão coloca-se em dois níveis:
1) Será correcto a IVG?
2) Será correcto que a minha opinião sobre a IVG influencie a possibilidade de outro ser humano com opinião contrária de praticar a IVG?
Começo então por responder à primeira questão e responderei letra por letra.
G de gravidez: Julgo que este tem de ser o primeiro passo desta discussão, ainda antes sequer das outras questões filosóficas de o inicio da vida ou de quando se considera que vida é vida. A minha primeira duvida é: A gravidez é algo da esfera do individuo ou não? Julgo que todos concordamos que sim. Independentemente dos motivos não é legitimo na nossa sociedade interferir nesta temática. Não é a sociedade que determina quem deve ou não engravidar, quando o individuo quer ou não engravidar, e em que situações é que é legitimo um individuo engravidar. Ultrapassada esta questão, passemos à proxima: o que é a gravidez? “Pregnancy (latin graviditas) is the carrying of one or more offspring, known as a fetus or embryo, inside the uterus of a female.” Ou seja, no fundo é o acto de suportar a criacção de uma nova vida. Neste contexto torna-se claro que: (A) a gravidez é algo do foro individual, (B) é o processo (neste caso biológico) pelo qual o individuo consegue gerar uma nova vida. A minha ultima questão é: deve ou não a geração de uma nova vida ser uma escolha activa do individuo? Na minha opinião sim! A gravidez é e tem de ser uma decisão activa da pessoa. Afinal trata-se de mudar uma não existência em existência, pelo que não faz nenhum sentido a sociedade decidir pelo individuo.
I de interrupção. Acrescentando esta letra à anterior levanta-me uma nova questão: Será a interrupção da gravidez algo moralmente negativo? A resposta é não, apenas porque não cai no campo da moralidade, pelo menos ainda não nesta letra. A interrupção da gravidez é um fenomeno natural e que ocorre com muita frequência. Mais, quando ocorre desta forma é esquecida com o tempo, não tendo qualquer impacto (geralmente)a longo prazo na vida da pessoa.
V de voluntária. É aqui que começa realmente a polémica. E a grande questão é: deverá o individuo poder decidir não continuar com a gravidez? Obviamente para mim sim. Pelo que expus na letra G, a gravidez deve ser sempre uma escolha pois estamos a falar de acrescentar algo que não tem existência, e a não existência nunca deve prevalecer sobre a existência. Uma nova vida nunca é uma obrigação, ou pelo menos não o deve ser na sociedade que idealizo. Neste contexto levanta-se uma nova questão: até quando deve um individuo poder decidir? Para mim a resposta é obvia e deriva da biologia: até ao momento em que o projecto de vida se passe a considerar uma vida. Para mim isso ocorre quando o conjunto organico que está no interior do individuo começa a ter a capacidade de sentir, que segundo a biologia julgo que é às 10 semanas. A partir desse momento já não é um projecto de vida mas sim uma vida e o cenário muda por completo de prisma.
Nesto contexto julgo que a IVG é um comportamento perfeitamente correcto numa sociedade que se queira responsável. E uma sociedade só pode responsabilizar individuos se der aos mesmos a capacidade de decisão.
Passemos então para a segunda questão, e a que estava em causa no referendo. A resposta obviamente é não. Como disse anteriormente a gravidez é e deve ser sempre uma opção e uma opção individual, e a minha opinião não deve obrigar uma outra pessoa a se comportar da maneira que eu acho mais correcta. Aliás é demasiado perigoso permitirmos que isso aconteça, pois significa deixarmos os outros interferir na nossa esfera puramente individual.
E agora Tiago, é isto que me confunde em ti. Como liberal que és, deverias, mesmo não concordando com a IVG, ser contra a obrigação que a sociedade impunha ao individuo de agir de determinada maneira. A minha questão para ti é: porque é que aceitas que a sociedade deve obrigar determinado individuo ter um filho contra a sua vontade no momento em que este ainda não é mais que um projecto? (e não consegui encontrar resposta nos teus artigos).
P.S. Obviamente este artigo é aberto a discussão de todos os que o queiram discutir.
Riqueza (II)
Neste artigo queria elevar o nível de análise do individuo para a sociedade (na figura de país). Como determinar o nível de riqueza de determinado país? Seguindo a mesma lógica será através do consumo. Ou dito de outra forma o nível de riqueza do país depende positivamente da capacidade de consumo desse país. Então como podemos aferir se um país é rico ou pobre? Será pelo que consome? Eu diria que sim, o nível de consumo determina o nível de riqueza momentanea (ou no calão financeiro é o seu valor spot) do país.
Mas a este nível é necessário ir um pouco mais longe no conceito para podermos determinar o nível de riqueza do país.
É necessário determinar primeiro o que é que um país pode consumir. Na minha opinião um país apenas consome recursos, e neste caso, temos unicamente 3 recursos para consumir: mão-de-obra (o que as pessoas podem fazer), as matérias primas (ou seja a base para as pessoas poderem fazer algo) e o espaço fisico.
É costume ouvir os politicos e a vox populi dizer que somos um país pobre, mas seremos? Para começar a responder vou partir do cenário de que no mundo só existia o território português.
Neste cenário diria que sim, que somos pobres pois, se isso acontecesse, diminuiamos muito o consumo em comparação com o consumo actual. Porquê? Bem porque não temos nem recursos energéticos (petroleo, etc...) ou nem de matérias primas (falta-nos componentes para diversos bens que existem actualmente). Por outro lado não somos muito populosos pelo que a nossa produção máxima também não seria muito elevada neste cenário. A única vantagem deste ultimo ponto é que por sermos poucos temos mais espaço disponível per capita para consumir pelo que aí seria o único ponto que efectivamente que nos daria riqueza.
Ou seja, num cenário fechado como este não temos um consumo potencial muito elevado (logo a nossa riqueza é baixa), e provavelmente dedicariamo-nos à agricultura, pastoreo, construção de casa, etc, mas estariamos muito longe do ponto actual de consumo.
Então o que nos permite usufruir da nossa riqueza actual? Simplesmente o facto de não vivermos isolados no mundo e de podermos usufruir dos recursos dos outros países em troca de alguns dos nossos recursos. E é aqui que sobressai a importância de duas coisas que muitas vezes é falado mas poucas vezes é explicado:
1) Comércio Externo – como vimos são as trocas com países com outros recursos que permitem elevar a riqueza potencial do nosso país. Só com comércio internacional é que podemos usufruir do bem-estar que temos actualmente. Assim, nunca nos devemos esquecer disso principalmente quando alguns politicos mais populistas começam a ter discursos nacionalistas ou proteccionistas. Nesta optica fica claro que essas medidas irão levar sempre ao empobrecimento do nosso país.
2) Exportações – como eu disse é necessário, para elevarmos a nossa riqueza, utilizar recursos que não são nossos. Para tal existem duas formas: ou em troca damos parte dos nossos recursos futuros para trocar por recursos actuais estrangeiros (divida externa) ou então damos em troca recursos nossos que os outros países valorizam e recebemos recursos dos outros países (exportações). Assim quando os politicos afirmam que as exportações são importantes, eles não nos mentem. Esta é a única maneira de elevarmos a nossa riqueza sem penhorarmos o nosso futuro. A grande questão prende-se com: que recursos nacionais é que os estrangeiros querem? Dos três que apontei julgo que o mais importante é o da mão-de-obra. Historicamente verificamos que os países que apostaram nas suas pessoas são as que apresentam a melhor qualidade de vida a nível mundial.
Embora existiriam mais pontos para falar sobre este tema, deixarei esse debate para quando falar do Dinheiro no próximo artigo.
Riqueza (I)
Será que dinheiro e riqueza são os mesmos conceitos? Muitas vezes utilizamos estes conceitos de forma idêntica (p.e. utilizamos como frases sinónimas “aquela pessoa tem muito dinheiro” e “aquela pessoa é rica”) mas para mim são conceitos diferentes.
A riqueza é, a meu ver, a capacidade que determinado indivíduo tem de consumir. Ou seja, em abstracto é totalmente independente do conceito de dinheiro. Sem consumo uma pessoa não possui riqueza. Além disso é a riqueza que está associada ao bem-estar e não o dinheiro. Vou tentar demonstrar com recurso ao absurdo:
Imaginemos um mundo onde existe um indivíduo (indivíduo A) que não tem família nem amigos, nem nunca vai ter, e não vai ter filhos ou casar, ou seja é completamente e eternamente solitário.
Imaginemos que o Individuo A recebe duas propostas de empresas para empregos idênticos para o mesmo país:
a) numa recebe 10.000 Eur mensais;
b) na outra recebe 1.000 Eur mensais;
À partida a primeira proposta é de longe a melhor proposta. No entanto se introduzir as seguintes clausulas:
a) na proposta A só fica disponível 5% do dinheiro sendo que os restantes 95% são transferidos para uma conta-poupança à ordem do Individuo A, sendo que ele só terá acesso depois de morto.
b) na proposta B fica disponível 100% do dinheiro.
Neste caso torna-se obvio que a segunda proposta é a melhor, e embora o Individuo A fique com mais dinheiro na primeira proposta, ele fica mais rico na 2ª proposta.
Posto isto, julgo que é muito importante que esta ligação esteja clara, pois é relevante para analisar algumas frases e perceber o que realmente querem dizer.
Por exemplo, à algum tempo atrás Manuela Ferreira Leite afirmou: “É necessário diminuir o consumo e aumentar a poupança”*. Traduzindo, o que a MFL afirma é que temos todos de ficar mais pobres. Em teoria, o objectivo é ficar mais pobre agora para ficar mais rico no futuro. Além de parecer um conselho que as nossas queridas avós diriam, é algo que não parece mau. O problema é a realidade portuguesa! Num país com 2.000.000 de pessoas a viver no limiar da pobreza é quase desumano afirmar que essas pessoas têm de ficar ainda mais pobres!
Testamento Vital: Declaração
Por cobardia do nosso Primeiro-ministro, não será legislada a lei relativamente ao Testamento Vital nesta legislatura. Para os mais desatentos não se está a falar de Eutanásia, mas somente de uma declaração para as situações em que uma pessoa não quer receber tratamento (julgo que por fundamentos religiosos isso já existe) e por algum motivo não se poderá expressar. Infelizmente numa sociedade aldeã, ainda achamos legitimo numa situação como a que descrevi que a pressão social se sobreponha à vontade legitima individual. Parece que ainda não somos nós que mandamos no nosso próprio corpo.
Posto isto, e como não quero ficar a aguardar pela vinda deste diploma, quero deixar bem claro quais as situações em que não quero receber tratamento:
Declaro que:
1 – Caso ocorra um acidente, ou incidente, que me coloque num estado de coma irrecuperável ou vegetativo, não quero receber tratamento médico que me permita viver.
2 – Caso ocorra um acidente em que terei lesões cerebrais graves e diminua substancialmente a minha capacidade de raciocínio, e desse acidente necessite de tratamento para estabilização e sobrevivência, não quero receber esse tratamento.
Mais, para que fique claro a minha posição relativamente a este ponto e à Eutanásia, declaro que se uma pessoa muito, muito próxima de mim, cair numa situação em que a sua vontade se enquadrasse numa situação de testamento vital ou eutanásia, que cumprirei a vontade da mesma, independentemente dos avanços legais sobre esta situação. Julgo que ninguém tem o direito de sobrepor-se, nesta questão, à vontade do próprio causando e prolongando o sofrimento injustificadamente.
Numa sociedade que ainda permite que, por exemplo, existam discriminações baseada em fundamentos religiosos, é tempo de dizer basta a um caso claro de violação do direito natural e inalienável do indivíduo a decidir no seu próprio corpo.
Racionalidade e emoções
Como animal diurno que somos é natural que o dia esteja relacionado com algo positivo e a noite com o aspecto negativo. Afinal era de dia que estavamos mais despertos, que caçavamos e nos alimentavamos, que melhor viamos o mundo à nossa volta e que nos sentiamos mais seguros, enquanto à noite tinhamos os nossos sentidos limitados, aumentando o mundo do desconhecido e ficavamos assim desprotegidos em relação aos nossos predadores, que embora não os pudessemos ver sabiamos que estavamos lá.
Julgo que é natural que este binómio tenha acompanhado a nossa evolução e religiosidade, sendo transferido para o nosso consciente e subconsciente. Muitas das divindades e deuses estavam relacionados com o Sol (o egipcio Ra, o azteca Tonatiuh, o hindu Savitr, etc. até o nosso cristão Deus está relacionado com a luz). E é antiga a dictonomia entre luz (positivo) e trevas (negativo).
Aprendemos a associar sempre a determinada dictonomia, uma carga positiva e outra negativa, um Bem e um Mal por assim dizer. E esta dictonomia tem evoluido com a própria evolução humana. Assim, existe noite e dia, que transferido para a religião (e vou dar o exemplo da cristã) deu lugar ao Deus e o Diabo, que por sua vez centralizando-se no ser humano enquanto ser religioso deu lugar à alma (simbolo de pureza) e ao corpo (objecto material dos pecados) e que por sua vez transfigurou-se, com o advento da filosofia e ciência moderna, na dictonomia racionalidade e emoções.
Se verificarmos os nossos discursos, acções e muitas vezes as nossas argumentações, vemos que à racionalidade damos uma conotação positiva (é o bem) enquanto às emoções damos uma conotação negativa (é o mal) e guiamos muitas das nossas acções nesse sentido. A construção de argumentos têm de ser racionais e muitas das vezes uma das criticas que sofremos é que estamos a tornar a questão demasiado emocional, ou a responder emocionalmente à questão, como se isso fosse negativo.
Assim construimos um mundo onde racionalidade e emoções são campos distintos, são a noite e o dia do nosso mundo, um representando o bem (sendo o herdeiro da nossa alma) e o outro representando o mal (no fundo o sucessor do corpo na dictonomia alma vs corpo). Agimos de forma a tentar obter uma racionalidade pura completamente extripada da componente emocional.
No entanto eu julgo que esta é uma falsa dictonomia, e que por ser falsa acaba por limitar em muito as nossas vidas, a nossa liberdade e mesmo a nossa felicidade. Se olharmos para o corpo humano e para a forma como tanto a racionalidade como as emoções funcionam no nosso corpo, verificamos que não são opostas mas partes integrantes de um mesmo sistema e essênciais no nosso corpo e até na nossa sobrevivência. Ao ler Damásio, Panksepp ou outros ficamos com a noção da importancia que as emoções desempenham não só na nossa sobrevivência mas também na nossa própria racionalidade sendo impossíveis de dissociar e impossibilitando assim qualquer dictonomia. Se é verdade que foi por termos a capacidade racional que pudemos fazer coisas extraordinárias (ou menos extraordinárias como escrever este blogue por exemplo) a verdade é que tudo o que pensamos, tudo o que imaginamos foi-nos fornecido pelo nosso sistema emocional.
Posto isto julgo que é profundamento errado distanciarmo-nos das nossas emoções, são elas os nossos melhores conselheiros do mundo à nossa volta e na maioria das vezes mais “racionais” que a nossa própria racionalidade!
Ladrões
Este dinheiro que fica por pagar não é dinheiro da empresa, pior, quando falamos de indeminizações falamos de dinheiro muito antigo (dependendo da antiguidade do colaborador), pelo que muitas das vezes ele não existe porque o dono ou os donos da empresa julgaram que era melhor eles ficarem com ele e gastarem numa vivenda ou num carro de luxo.
No entanto não vejo nenhum politico fazer alguma coisa em concreto para evitar que isto aconteça. Todos os dias pessoas deste país ficam sem dinheiro que lhes pertence e nós apenas assobiamos para o lado. E se neste momento alguém entrasse na vossa casa e vos tirasse calmamente o vosso dinheiro, a vossa aparelhagem, o vosso computador, também ficariam a assobiar para o lado?
Incompetentes!!!
Falo sim de gestores, directores, patrões e patronato ou melhor de todos com responsabilidade de decisão numa empresa, (embora obviamente não sejam todos incompetentes) e dos defensores de uma liberalização do “mercado” de trabalho (desculpem as aspas mas para mim pessoas nunca vão ser produtos transacionáveis) e da actual lei laboral.
A actual lei laboral já é suficientemente flexivel para resolver os problemas que estas pessoas costumam colocar como fundamento para uma ainda maior flexibilização do trabalho e da lei laboral. Julgo que o primeiro motivo para este pedido é a completa ignorância do Código de Trabalho. Aliás gostaria de desafiar os leitores ou comentadores a colocarem alguma situação que gostariam de ver contemplado na legislação laboral ou que concretizem uma critica. E a ignorância pode ser por nunca terem lido o código ou por não conseguirem compreender o que está lá escrito. O segundo motivo é pela sua expressa incompetência em lidar com problemas laborais e manifesta incompetência de gestão.
Se verificarmos as qualificações destas pessoas rapidamente verificaremos que parte dessa incompetência deriva do facto de serem pessoas inqualificadas para exercer essas posições. Outra parte dessa incompetência deriva do facto de essas pessoas não perceberem que a maioria dos problemas nesta area são motivados não pelo curto prazo mas pelo longo prazo. Isto é, o problema não nasce por exemplo na altura em que é necessário reestruturar (curto prazo), mas sim da relação que foi criada (ou na maioria dos casos não foi criada) ao longo dos anos de trabalho (longo prazo). Se essa relação foi criada e trabalhada, então não existirá nenhum problema no curto prazo.
Assim, quando ouço alguns a pedir mais liberalização do “mercado” de trabalho, só vejo alguém a pedir que se premeie a incompetência. Algo que manifestamente me parece irracional!
Despedir
Os meus pensamentos derivam entre a justificação racional e o tem de ser. Respiro fundo mentalmente e sei no meu inconsciente que os meus pensamento são sem significado e sem serem sentidos.
E depois quebra-se o silêncio, diz-se ao que se vem, é se transparente e explica-se tudo o quanto é possível explicar. Então as mãos acalmam e os olhos focam a sua atenção em nós. Tudo muda nesse instante com essas palavras ditas e escritas, entregues em forma de carta.
O nervoso já não existe e ansiedade à muito que desapareceu. Em seu lugar ficam o rosto de aceitação à nova realidade, uma aceitação de impotência perante a nova realidade e no seu olhar uma tristeza que tenta disfarçar. Um tristeza pelo fim de algo, de algo que demorou muito a construir e que já não se pode recuperar.
Terminamos com votos de esperança, ultimos desejos de uma realidade irrepetível...