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Este ano os professores além de ensinarem os seus alunos ainda encontraram força suficiente para ensinar o país inteiro várias lições importantes. Ensinaram-nos que é importante não esquecer que vivemos em democracia e que como tal temos muitos instrumentos que temos e devemos utilizar. Mostraram-nos como fazer uma manifestação com preocupações de não afectar outras pessoas. Ensinaram-nos que nós não somos reféns de Sindicatos ou partidos, e de que estes são úteis numa contestação.
Mas a lição mais importante que nos tentaram ensinaram e que julgo que nós sociedade civil corremos o risco de não aprender: que a dignidade é um valor superior a qualquer valor financeiro. E julgo que não aprendemos esta lição pois ainda hoje não existe um movimento suficientemente forte para obrigar o governo a parar esta avaliação.
Existiu ao longo deste ultimo ano dois temas verdadeiramente fracturantes na sociedade: o Aeroporto e a reforma no Ensino. Ambos são investimentos enormes que a sociedade está a fazer, e onde o custo de oportunidade é muito elevado pelo que não deve de existir margem para erro. E também ambos são temas que já estão a ser estudados há muito tempo.
No entanto embora sejam muito semelhantes uma afecta o centro da sociedade (as pessoas) enquanto outro afecta apenas interesses económicos. O que foi e continua a ser estranho é que enquanto no caso do aeroporto se tomou a decisão correcta quando surgiram dúvidas “fundamentadas” da bondade da decisão (parou-se para efectuar novos estudos e alterou-se a decisão), no caso da reforma do ensino tem-se defendido a atitude exactamente oposta: primeiro age-se e depois é que se verifica os danos.
Infelizmente vivemos numa sociedade que é assim, que se preocupa mais com uma infraestrutura do que com as pessoas. É triste caminho que caminhamos neste momento. O mais estranho é ser caminhado por um governante “supostamente” socialista…
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