Não é boa noticia!

Nunca pensei dizê-lo mas esta não é uma boa notícia. E até é bastante enganadora. Para analisarmos um pouco este efeito vejamos o seguinte cenário:
Partimos do pressuposto que uma pessoa em média recebe 1.000,00 Eur mensalmente (já com subsidios incluidos). Deste 1.000,00 o Sujeito gasta 500,00 Eur para a renda da casa e o que sobra, gasta 70% (350,00 Eur) em bem taxados a 21% de IVA. Assim podemos verificar que:

Cenário 1
O ganho desta diminuição fica nos consumidores.
Assim por mês esta pessoa fica com a "espectacular" quantia de 2,89 Eur por mês. Um aumento no seu rendimento mensal "brutal". A lufada de ar fresco que precisavamos... Por outro lado se partirmos do pressuposto que 5.000.000 de pessoas (população activa) então nesta situação o Estado perde por mês 14.462.809,92 Eur (quase 175.000.000 Eur por ano).
A questão é: será que o beneficio que sentimos é superior a esta perda de receita? Não seria melhor utilizar esta verba para diminuir o a divida do Estado (preferencialmente aos bancos). Julgo que sim, julgo que essa seria a melhor aplicação que o Estado poderia fazer neste momento e uma forma de redistribuir melhor os seus proveitos.

Cenário 2
O ganho desta diminuição fica nas empresas
Talvez seja o cenário mais próximo da realidade dado os montantes e o caso dos "health clubs". Neste caso as empresas passam a ganhar mais 2,41 Eur por pessoa (valor antes de imposto) e o Estado perde por pessoa 1,81 Eur (cerca de 9.000.000 Eur mensais e mais de 100.000.000,00 Eur anuais).
Ou seja com esta medida o Estado acaba por beneficiar as empresas (neste caso accionistas e investidores) em detrimento da população. Acaba por aumentar o rendimento disponível mas aumentando a disparidades economicas em Portugal.

Assim o que parecia uma boa noticia (suadada até pelo PCP) na verdade pouco efeito tem na população em geral. E pior dá a perfeita imagem da fase eleitoralista que vamos iniciar.

Temos de ser honestos e, a bem da verdade, nenhuma grande reforma foi elaborada, e os problemas do Estado mantém-se. Abrandar agora serve apenas os interesses imediatos relativamente a interesses de longo prazo. O pior é que medidas como esta vão fazer com que o esforço que efectuamos seja desperdiçado por uma vontade não de servir os nossos interesses mas os interesses eleitorais de um país.

Portanto esta não é uma boa notícia, pelo contrário, nos tempos que correm é uma péssima notícia!!!

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