Devido a uma dose cavalar de trabalho só tenho ouvido muito por alto as noticias e os comentários. O que até tem uma vantagem: uma pessoa sempre consegue relativizar melhor as coisas quando não está tão dentro da discussão. Bem, adiante...
Daqui a uma hora vai ser apresentado mais um orçamento. Do que tenho ouvido nada de interessante e inovador irá ocorrer. Uma vez mais vai ser entregue um documento que dirá muito pouco aos cidadãos. Continuaremos na ignorância sem saber muito bem onde são gastos tantos milhões. Será também o confirmar de que este ano não existem aumentos e que o deficit, caso não ocorra nada de excepcional, continuará igual.
Claro que, como muita gente vive à volta da cena politica, lá virão os discursos de que isto vai de mal a pior, que o mundo (mais concretamente Portugal) está à beira do colapso, etc...
De tudo o que tenho ouvido o que eu acho mais interessante é o facto de quem pede contenção de despesa normalmente e muito provavelmente é quem não perderá o seu poder de compra (arriscando-se mesmo a aumentá-lo). Gostava de uma vez por todas ver as pessoas que falam em cortes salarias, eles próprio fazerem isso no seu ordenado. Dentro da mesma linha vem o já tipico "vivemos acima das nossas posses".
Ora eu não sei muito bem a quem se referem, quando no nosso país existem 2.000.000 de pobres ou no limiar da pobreza. O que é que será para estas pessoas viver acima das suas posses? Eu posso estar enganado mas parece-me que, se existe alguém a viver acima das suas posses, são exactamente as pessoas que afirmam que "vivemos acima das nossas posses", pelos menos serão elas que terão capacidade para tal pois os outros vão sobrevivendo como podem...
2 comentários:
Boa bojarda.
Tem que haver sacrificios? Então tratem de os repartir, porra!
É preciso cortar nas despesas? Então comecem com os "funcionários públicos" dos altos cargos, que entraram por cunha e nada produzem. Deixem em paz os professores, médicos, administrativos (etc) que ganham pouco e se fartam de trabalhar.
Os FDP dos patrões querem sacrificios e exigem que não haja aumento do salário minimo. É preciso sacrificios, dizem eles.
Ah é? Então eles que se sacrifiquem. Em vez de terem uma frota de carros de luxo, que andem num utilitário.
Gente mesquinha...
OI!
Obrigado. Nunca percebi muito bem como é que alguém quer convencer alguém sem dar o exemplo.
Assim de repente fazem-me lembrar dois exemplos (todos ligados à religião):
- Os padres que pregam contra a pobreza e enchem os bolsos à pala dos seus crentes;
- Os imãs que angariam bombistas suicidas mas que estranhamente nunca dão o exemplo.
Abraços
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