Mito I: O Tuga é Pacifico

Existe a noção que a sociedade portuguesa é pacata e ordeira. Passeia-se pela rua e não se vislumbra pessoas de cariz violenta. "É tudo pacifico" poderiamos pensar. Mas a noticia de ontem do aumento de 2% de crimes apontou o local onde muitos Tugas deixou esta mascara para se revelarem: a casa. Os crimes domésticos aumentaram 30% (14.232 casos reportados). Ou seja uma média de 40 queixas por dia.

Aqui, o Tuga mostra a sua verdadeira faceta violenta. É na ausência de outros olhos que não as da vitima que mostra que afinal não é assim tão pacifico. Eu sei que estes números podem ter sido influenciados por uma maior apresentação de queixas em si e não por um aumento efectivo de crimes. Mas, na minha opinião, isso não é importante. Importante é o facto que em pleno séc. XXI, num país "supostamente" desenvolvido ainda exista tantos crimes de violência doméstica e que ainda a voz da vitima seja sufocado pela mão do agressor e pelo silêncio dos vizinhos!
Afinal o Tuga não é pacifico...

(Uma nota final para a peça da RTP sobre este caso. É que enquanto o voz off falava em crimes domésticos as imagens que passavam eram de bairros degradados. E depois admiram-se que o publico não fique com a noção de que os nossos problemas vêem destes bairros quando na verdade acontecem numa qualquer típica "casa portuguesa, concerteza!")

Hino Nacional de Moçambique

Aqui vai o Hino Nacional de Moçambique. Não sei porque mas nos dias que correm, há em Moçambique uma grande vontade de se ser "moçambicano", projectando o rogulho nacional. Infelizmente, os nossos políticos é que tratam de provar o contrário, com tantas tragédias a nos seguir dia após dia.
Abraço.

Inquietações

Tomei conhecimento do P.N.R à cerca de 3 anos atrás através de uma noticia pouco revelante. No entanto despertou a minha atenção principalmente pelo facto de que noticiava a ligação entre um movimento nacionalista e o movimento dos "Hamerheads" a nível mundial. Ora se eu sempre me confortei com a falta de organização do Tuga a verdade é que esta ligação significava que este movimento se podia começar a organizar, algo que por si começa a ser perigoso. Com as recentes noticias vi que este movimento efectuou imensos progressos (embora ainda seja um movimento marginal em termos de peso) e está a atacar onde poderá ter mais resultados - nas escolas e na juventude. Este facto que me tem deixado algo "inquieto".

Pensar um pouco...

Acredito que vivemos uma época em que a sociedade para pouco tempo para pensar. Os Tugas nesse aspecto estão na vanguarda deste movimento. Ninguém se questiona sobre o que existe à volta e se, o que damos como natural nos tempos actuais, vai perdurar para sempre. Quando vejo pessoas a votar em Salazar sinto uma grande revolta em mim. "Mas não têm expressão nenhuma" dizem-me algumas pessoas "Tem expressão demais" respondo eu.

Além disso o branqueamento que se faz não é saudável. Quase não há discussão nenhuma na blogoesfera sobre este assunto, como que existisse uma resistência a pensar nos motivos de tal voto e pior na inconsciência do mesmo. Tenta-se desculpar com afirmações do género: "foi um voto de protesto" Mas que raio de protesto justifica um voto em tal pessoa(s). É que nem a dispersão de votos é desculpa pois 60% dos votos foram em quem não defende um verdadeira democracia.

Leva-me a pensar um pouco: "Será que a democracia neste país está assim tão sólida?"

A minha estupidez

Fui confrontado com a minha estupidez este fim de semana. Consequência do resultado do concurso "o melhor português". Passo muito tempo a criticar o dia a dia e as decisões politicas actuais. Por este facto sinto-me um pouco responsável pela criação de factores que permitiram a votação de ontem.



E porque é que digo isto? Pela discussão que se gerou à volta desse concurso verifiquei que existem muitas pessoas (em numero demasiado elevado) que têm a opinião que se vivia melhor na época da ditadura. Nada é mais falso e pior as pessoas que o afirmam nem sequer viveram nessa época. Já se passou tempo demais a não criticar o séc. XX português e ontem ganhou o pior que existiu dele. Sem que é apenas simbólico e que é uma votação e que não representa muito em termos sociológicos mas uma parte de mim pensa o contrário. Quem votou ontem, seja porque razões, votou em Oliveira Salazar, votou numa pessoa mesquinha e na pessoa que representa o nosso atraso. Não contesto o resultado nem diminuo a racionalidade de quem votou ou de quem admira as pessoas mais votadas, só não contem comigo para branquear quem ganhou ou sequer dar um elogio a este passado. Ontem ganhou duas figuras que, na minha opinião defenderam a pior ideologia que vingorou no século XX - a ditadura.



A minha estupidez foi acreditar que não era possível que os cidadãos portugueses pudessem ainda se apaixonar por figuras que em nada representam os valores da nossa humanidade.



O erro de se criticar negativamente o que existe agora tem um preço e esse preço é o de desvalorização da época actual. Em Portugal o 25 de Abril e a nossa revolução foi impressionante e todo o período da nossa democracia é um período fantástico incomparável à época da ditadura.

4 anos de hipocrisia



Fazem quatro anos que os EUA invadiram ilegalmente o Iraque com a desculpa que este teria à sua disposição as “famosas” armas de destruição maciça.
Hoje, o mundo sabe que esta guerra é uma das maiores fraudes políticas da história recente. O governo americano passa por cima de todas as convenções internacionais para assim poder colocar em práctica uma estratégia imperialista e neo-colonial. As riquezas petroliferas e as vantagens geo-estratégicas não explicam tudo. Acima de todas as hipocrisias capitalistas está a loucura e o autismo suicida de Bush.

O desejo de fazer o mundo à imagem da América não é novo. Os americanos ainda não perceberam que o resto do planeta tem uma identidade milenar nas mais diversas regiões do mundo e que não tem nem querem ser submetidos ao “american way of life” que já demonstrou só servir para engordar o corpo e poluir a mente.

O Iraque é o palco de uma autêntica guerra civil entre facções políticas e religiosas, “Estive com uma patrulha de infantaria a semana passada. Um dia lutámos contra sunitas, no dia seguinte contra os xiitas, no terceiro tiveram de combater o Exército de Deus, um grupo dissidente xiita que tinha armazenado enormes quantidades de munições. Se temos de combater todos estes grupos diferentes, quem são os nossos amigos aqui?”, perguntava há dias em Bagdad um repórter, citado por William Tucker, enviado do American Spectator.

Ora, é por mais evidente que ao contrário do que Bush afirma, no Iraque os únicos que estão do seu lado são os fantoches que os americanos colocaram no poder. Uma ilegalidade que suplanta a ditadura de Saddam. Os EUA já mataram mais de 650 000 iraquianos e o mundo nada faz. Assiste impávidamente ao aniquilamento de um povo que esteve à mercê de déspotas durante demasiado tempo sem que a comunidade internacional se preocupasse até ao dia em que a família Bush ali viu uma enorme oportunidade de negócio. Os interesses económicos dos EUA nesta guerra são evidentes. Actualmente centenas de empresas proliferam no Iraque, lucrando com negócios que precisam da guerra e da destruição para se auto-sustentarem. Beneficiam dos grandes contratos decorrentes da campanha bélica. General Electric, Lockheed Martin, Boeing, Northrop Grumman e Halliburton, entre outras são alguns exemplos desta realidade.

Guantanamo, é outra das aberrações desta guerra. Milhares de civis são diáriamente torturados sem direito a advogados para se defenderem e estão à mercê de um país que teima em não assumir o humanismo como um dever. Aquilo que estes EUA tem feito nos últimos anos apenas serve para criarem ódio e sede de vingança. Depois não se queixem. A nova ordem mundial imposta pelos interesses de Bush estão a criar a aproximação de uma verdadeira guerra. Sim, porque o tio Sam terá que se mentalizar que o derramamento de sangue só agora começa e ainda falta “assistirmos” ao verdadeiro contra golpe. O palco da verdadeira guerra vai ser exibida em pleno território americano. O único lugar de onde nunca deveria ter saído este mórbido confronto. Os americanos terão de sofrer na pele aquilo que tem feito ao mundo. Quando os democratas chegarem ao poder será tarde demais. Os dados (entenda-se ódios) estão lançados.

por Teixeira

Pela Africa Via Portugal 1. Zimbabwe


Mais uma vez resolvi tocar num tema bastante triste. A situação social e politica do actual Zimbabwe. Não irei comentar as loucuras do Mugabe, seu presidente mas do seu principal opositor, Morgan Tswangirai. Na semana passada, quando se preparava junto com os outros partidos políticos para um gigantesco comício popular com o lema "SALVEMOS ZIMBABWE", a politica apareceu e, sorrateiramente apreendeu-o, tendo o levado a cadeia na companhia de outros colegas seus. Já encravado entre as grades, Tswangirai foi maltratado como bem documentam as fotografias. Sofreu múltiplos traumatismos cranianos bem como fracturas ósseas, como reporta a BBC ou o jornal Noticias moçambicano.
Tudo isso a mando de Robert Mugabe, pessoa que nega livrar-se do poder, mesmo que aos 83 anos de idade nega ser um velho caduco. E o povo, este esta na pior das miserias desde o tempo colonial!
Morgan esta hospitalizado, tendo ja sofrido varias operações cirúrgicas no crânio bem como noutras partes do corpo.

Tugas mimados ou rescaldo de uma OPA falhada

A reacção ao desfecho da OPA tem sido bastante curiosa, principalmente por alguns analistas teoricamente isentos. Entre as maiores criticas que eu tenho lido tem sido apontado o sentido de votação da Caixa Geral de Depositos (p.e. Miguel Cadilhe no Expresso). Não percebo estas criticas. É óbvio que a CGD votou no melhor interesse dos seus accionistas.

Pelas reacções é notório que muitos destes analistas torciam pela Sonae (ainda gostava de perceber porquê) e depois do desfecho comportam-se como Tugas mimados, quem não teve o que queria e por isso dispara contra todos os que se opuseram à sua vontade.

Dentro do mesmo estilo também a Sonae tentou impugnar a Assembleia caso o desfecho não lhe fosse favorável. Ao estilo de "ou fazem o que eu quero ou impugno", aliás muito ao estilo que a Família Azevedo nos habituou.

Será que vale mais tarde do que nunca?

Cavaco Silva, que durante a campanha foi frequentemente acusado de não apresentar as suas ideias, vem hoje anunciar que vai publicar um livro a expressar a sua opinião sobre o papel que um Presidente da República deve ter.
Será que o PR só agora tem uma opinião formada?

Museu Salazar ou uma especie de Sebastianismo...

Neste último fim de semana uma pequena manifestação chamou a minha atenção. Essa pequena terra - Santa Comba Dão - foi palco de uma manifestação e contra-manifestação. Sobre a legitimidade ou não do museu já muito foi escrito e pouco mais tenho a acrescentar. No entanto este evento é exemplificativo de uma caracteristica tão típica dos "tugas": o Sebastianismo.

António Oliveira Salazar foi elevado a condição de novo D. Sebastião que curará todos os "males" deste mundo "tuguês". Ele e os seus ideiais são a formula mágica para os nossos problemas, pelo menos para uma clara minoria da população portuguesa. No entanto até a escolhermos as nossas figuras miticas somos mediocres. É que ainda não existiu um estudo isento desta personagem portuguesa senão vejamos:

1) A maioria dos seus apoiantes começam por se referir ao periodo de Salazar com "nem tudo foi mau". Mas que raio de começo é este para caracterizar esta figura mitica para muitos. Nem tudo foi mau é o que se inicia para definir alguém mediocre ou mesmo muito mau.

2) Ao contrário do miticismo criado à volta de Salazar ele não foi um bom economista. Podem me contrapôr com o facto do crescimento económico ter sido elevado em alguns períodos do seu "reinado", mas a verdade é que ele iniciou com Portugal mal e deixou Portugal em condições economica paupérrimas. Para além disso teve algo que qualquer economista/politico sonha: controlo de todos os factores económicos e politicos. Pelo que qualquer economista teria feito um trabalho tão bom ou melhor do que ele.

3) Outro miticismo é o facto de nos ter livrado da guerra. Então o que é que chamam à guerra colonial?

4) Muitos dizem "No tempo de Salazar não exitiu uma verdadeira ditadura." Deixei-me ver, existiu partido unico, existiu repressão da leberdade de expressão, de manifestações públicas de desacordo, o Estado controlava com mão de ferro o tecido economico, existia censura à publicação de livros, só existiu um governante durante cerca de 50 anos, e ponto fundamental, não existia eleições democraticas livres, bem se isto não define uma ditadura então devo estar perdido em termos de definição de ditadura.

5) E faltava a frase mítica "No tempo de Salazar é que era bom". Bem comparem todos os indicadores entre a "epoca de Salazar" e a actual e duvido que encontrem um que suporte esta afirmação. Esta é a frase tipica de quem não sofreu com o regime ou não vioveu nessa altura.

Estes são alguns dos factos que parece que ninguém espelha quando se faz um retrato histórico do homem que foi Salazar.

Mas não deixa de existir parecenças entre D. Sebastião e Salazar, ambos eram mediocres, foram atrás de uma causa inglória perdida à nascença e deixaram para trás um País numa crise dificil de ultrapassar. Também outro facto comum que os une é que não viveram para ver os erros que cometeram.

Quanto ao Museu, vivemos em democracia, se existem pessoas que o querem criar que o façam. Agora com dinheiro público custa-me um pouco, mas foram eles que votaram nos seus governantes, depois não se queixem que a autarquia não tem dinheiro e que a culpa é do Governo. É que para isso já não há paciência!!!

[Nota final: nesta história toda existem dois contradições na posição dos apoiantes de Salazar que me deixam estupefacto, (a) como é que apoiantes de Salazar se manifestam publicamente - Salazar era um ferroz opositor deste tipo de "ajuntamentos" e (b) como é que gastam 5 milhões de euros para fazer um Museu - é que Salazar nunca promoveu a cultura contra o "Poder instituido" e detestava desperdícios...]

Os restaurantes do José Miguel Júdice

in Diário Notícias de 17/11/2004
Restaurante Eleven
«É bastante exagerado falar de milionários. É antes um grupo de amigos interessados em gastronomia», esclarece Miguel Júdice (filho do actual bastonário da Ordem dos Advogados). «Depois da Quinta das Lágrimas, em Coimbra, tínhamos interesse num projecto de qualidade em Lisboa. Havia este terreno, que a câmara tinha posto a concurso e cuja concessão foi ganha pelo arq. João Correia, e vimos que precisávamos de sócios que nos ajudassem no investimento.

Agora no Porto

Aberto em fim de 2006 o Kool não quer ser apenas um restaurante mas assumir uma responsabilidade cultural. Kool é o espaço mais saboroso da Casa da Música e um dos mais emblemáticos restaurantes do Mundo.

Só que desta vez o J.M.Júdice não publicita o seu nome como sócio.... porquê?

No site do restaurante são linkados como parceiros o "Hotel Confort Quinta das Lágrimas - Coimbra, o Ressort Gourmet Spa e golf Vila Monte - A Estalagem de Monsarraz - o Restaurante Terreiro do Passo***** - a Galeria G e o famoso Restaurante Eleven.

A refeição é de preço popular, mínimo 120 euros, com vinho a acompanhar.
Um amigo comentou que afinal o preço é comparável ao das CP chamados de "nights clubs"

Com estes anos de CRISE, despedimentos, cortes etc... realmente ... é a vida dos ricos... que inveja!

Atenção que para comentar é preciso experimentar.... por isso como não experimentei, podem existir lapsos de apreciação... ou seja ...se calhar o preço até é barato?

Paulo Portas, o Rei Sol

Paulo Portas, esse viciado da política, mostrou hoje todo o seu esplendor absolutista. Apeteceu-lhe voltar ao partido. Por isso tratem lá de marcar umas eleições o mais rápido possível para se despachar com a coisa.