Nova Temporada

Sempre me habituei a que os anos terminassem e iniciassem em Setembro. Quer por motivos escolares, quer posteriormente por motivos laborais. Assim este ano irei iniciar a nova temporada do Tuga 1.75 durante o mês de Setembro.

Como é da praxe o fim de uma temporada é altura de balanço e tenho de considerar que foi positivo. Esta temporada foi marcada pelo meu regresso às lides bloguisticas (que tinham sido colocadas em pausa no ano anterior), pelos contributos valorosos dos comentadores aqui do sitio, que não me canso de elogiar, até porque eles merecem, pelo dossier das europeias e pela chegada de um novo autor a este espaço.

Como também é da praxe também é nesta altura que se levanta o véu relativamente à próxima temporada que trará algumas novidades. Para já tentarei modificar o layout do blogue de forma a que facilite a leitura (não sei no entanto se o conseguirei) dos artigos. Depois publicarei uma excelente entrevista (bem as respostas é que são excelentes) durante o mês de Setembro que abrirá a secção de "Discurso Directo" e que tentarei replicar com outras pessoas (recomendo vivamente esta primeira entrevista), também voltarei a escrever no meu primeiro blogue, o Wall of Speech, deixando por cá o link a quem queira ler esses artigos, continuarei o artigos com os Tags de Pensamentos, dando liberdade aos meus mais estranhos raciocinios. Obviamente tudo isto isturado com artigos que escreverei ao gosto da minha inspiração (que por vezes escasseia) e disponibilidade.

Espero que gostem...

E por um dente perdia o meu reino...

O.K. não era bem o reino, apenas o meu "tino". Fui atacado por uma dor "incapacitante" (finalmente - e infelizmente - percebi o que isto quer dizer) provocado por um dente já meio estragado.
Rapidamente ganhei um "novo" sentido de vida. Neste caso tudo se concentrava à volta desta horrivel dor e em arranjar formas de aguentar até à consulta no médico. No meio deste periodo de loucura, veio-me à cabeça um simples pensamento:
- e se eu não vivesse nesta época, mas numa em que não tinha acesso aos cuidados de saude? O que é que seria de mim?

A vida é...

A vida é sorrisos, toques, risos audiveis, é o dizer "olá" ou "bom dia" e receber um "bom dia" de volta com um sorriso. É gritar e pular, é andar, devagar ou rápido, ao sabor do que nos apetece. É comer uma sandes e antes de trincar é perguntar "queres?"

A vida não é socialismo, conservadorismos, liberalismos, comunismos, monarquismos, ecologismos ou qualquer outros "ismos" que queiramos inventar.

A vida é partilhar, guardar, olhar. É reparar e ser reparado. É ler, é escolher. É correr sem motivo aparente, é correr atrás de um autocarro e mesmo assim não chegar a tempo. É um dia de chuva no dia em que decides não levar guarda-chuva. É contar os trocos para saber se podes ou não beber café. É pedir emprestado ou emprestar. É acordar, sair à rua e sentir o toque do Sol no nosso rosto.

A vida não é contenção, deficit, expansão ou contracção, não é inflação, não é alta de preços, não é cortes na despesa publica ou aumentos de Investimento Publico.

E a politica o que é? Bem para mim é vida...

Abutres

Se existissem dúvidas que os animais (humanos incluidos) têm um passado comum as ultimas declarações dos nossos actores politicos vieram esclarece-las. Neste caso, julgo que tais declarações se devem a um gene qualquer que partilhamos com os abutres. Pelo menos é a única explicação que consigo encontrar que não envolva a palavra imoral, ou outra de teor parecido e igualmente negativo.

Estamos no meio de uma crise a todos os níveis históricos e no meio de tantos aspectos negativos soubemos ontem que somos um dos 4 países europeus que inverteu a descida. Obviamente não é algo para fazermos uma festa (embora na mente da MFL até seria bom, bem isto é se fossemos ricos), mas é algo que poderá dar um boost demasiado precioso para ser desperdiçado.
E se ontem estas aves agoirentas diziam "mata" hoje disseram "esfola" quando soubemos dos números de desempregados. Numa actitude quase festiva, só faltava aplaudirem esses números.
O problema, é que estes abutres da desgraça alheia estam a envenar a "carne" (isto é o ambiente económico) de onde, depois das eleições, eles vão ter de comer. O que demonstra que se herdamos o gene dos abutres, estas pessoas o gene do instinto de sobrevivência!

O meu post mais especial!

Hoje escrevo o artigo mais importante deste blogue. Esqueçam os que passaram, não tentem imaginar os que virão. Porquê? Porque hoje escrevo eu! Não o Stran, mas eu, "the real me", aquele que nasceu à uns anos atrás, aquele que morrerá daqui a uns anos. Aquele que entretanto vive a vida intensamente. Mas este não é o unico porquê...

Um outro porquê é porque é dedicado a uma pessoa especial. Não interessa o nome ou o sexo, não interessa a idade, apenas que é uma pessoa muito especial, uma pessoa real...
É aquela pessoa que merece um monumento ou um quadro, um nome de rua ou nome de personagem de livro ou de filme. Como não sou artista nem escritor, mas um mero escritor de blogues o que lhe posso fazer é dedicar um post, um simples espaço neste blogue, um espaço infinitamente mais pequeno do que aquele que merecia ou que eu queria.
Assim este será para sempre o meu post mais importante que alguma vez escrevi ou vou escrever!

Huxley Dixit

"Um estado totalitário verdadeiramente ''eficiente'' será aquele em que o todo-poderoso comité executivo dos chefes politicos e o seu exercito de directoresterá o controle de uma população de escravos que será inútil constranger, pois todos eles terão amor à sua servidão"

"A revolução verdadeiramente revolucionária realizar-se-á não no mundo exterior, mas na alma e na carne dos seres humanos."

"...mas eram igualmente conservadores, resolvidos a conservar intacto, a todo o preço, o seu mundo, na medida em que onsideravam uma florescente empresa. Durante os ultimos trinta anos não têm existido conservadores; apenas tem havido radicais-nacionalistas das esquerdas e radicais-nacionalistas das direitas."

Legislativas 2009: Post único!

Ao contrário do que fiz para as Europeias de 2009, não criarei nenhum dossier temático para estas legislativas. Esta decisão prende-se com dois factos: (a) a pouca utilidade do mesmo dado que, ao contrário das Europeias, existe uma melhor cobertura das mesmas; (b) a péssima qualidade que existe nos partidos a concorrer.

Estas legislativas são das mais importantes que tivemos na história da nossa democracia. O contexto actual mundial deu-nos a oportunidade para decidirmos no meio da crise qual das diferentes correntes queremos à frente do poder para tentar dar a volta à crise. Aliás não é só dar a volta a crise que é importante. As crises revelam-se épocas douradas de oportunidades, e esta, pela dimensão que tem dá-nos a possibilidade efectiva de recolocar Portugal num caminho de desenvolvimento, bastando para tal sabermo-nos posicionar correctamente.

Posto isto, deveria ser a altura em que os partidos, afinavam agulhas e traziam ao de cima o melhor que existe dentro deles. Infelizmente não o está a ser. Aliás em alguns caso existiu precisamente o oposto. Posto isto, e dado que julgo que a vida não termina nestas eleições, deixarei aqui a minha breve análise dos partidos, do período e da linha de raciocinio para decidir o meu voto.

Começarei a minha análise pelos pequenos partidos (MEP e MMS). Claramente são a grande lacuna nestas eleições. Provavelmente irão aparecer na recta final desta campanha, mas depois de tanto "fogo de artifício" nas Europeias, esperava muito mais deles nestas eleições. Não me deslumbraram nas anteriores eleições, o MEP é um partido cristão pelo qual não nutro simpatia e o MMS é uma verdadeira lição do que não fazer quando se cria um Partido. É pura e simlpesmente um ajuntamento de pessoas e ideias sem nenhum nexo racional.

Em seguida analisarei os dois partidos, que por razões ideológicas se encontram fora da minha esfera de votação: CDS e PCP.

O PCP revelou a sua verdadeira face nas ultimas eleições. É um partido nacionalista-comunista e cuja imagem estalinista é cada vez mais visível. Toca ao de leve a democracia, e embora respeite muito os apoiantes do PCP, toda a sua estrutura partidária é um deja-vu ditatorial. Insiste em não se renovar e espero que perca espaço eleitoral.

O CDS é uma das supresas mais desagradáveis desta campanha. Revelou claramente a sua faceta populista e conservadora, e segue o caminho do autoritarismo. Os seus cartazes estão ao nível do PNR e a cada campanha aproximam-se mais ideologicamente dos mesmos. Gostaria apenas que a votação seguisse esse caminho também. Nunca imaginei que um partido que já foi poder se permitisse seguir esse caminho. Um caminho sem retorno, pois a partir de agora, qualquer discurso mais democrático apenas é uma maquilhagem do "monstro" que cresce dentro dele: o autoritarismo ditatorial.

Passemos então aos dois partido de poder: o PSD e o PS.

Começo pelo PS. Julgo que perderam a oportunidade de fazer algo único em politica: uma renovação de liderança numa conjuntura de maioria absoluta. Isso revelaria uma maturidade democrática sem paralelo na história portuguesa (e talvez mundial). Vou ser claro, muito do que este governo fez foi bem feito e de extrema importância para o país. Se retirarmos todo o ruído de fundo e lama que foi sendo atirada, verificaremos que hoje estamos muito melhor do que em 2005. Não tenho "memória de peixe" e ainda me lembro dos governos (Durão Barroso e Santana Lopes) anteriores e este é sem dúvida um melhor governo. No entanto para mim politica é sinónimo de pessoas, e existiram vários incidentes que para mim ultrapassaram o que acho o mínimo da razoabilidade de viver em democracia e em sociedade. Resumindo, um princípio base para mim, e que não abdico, é que os fins não justificam os meios. Este é o principio base que nos permite viver numa sociedade livre e justa. Existem principios e valores pelos quais me guio, e por mais minimalistas que sejam, são principios dos quais eu não abdico mesmo que esteja em causa a destruição da sociedade, pois abdicar dos mesmos significa per si a destruição da sociedade que defendo. E o respeito pelas pessoas e pela sua dignidade é uma delas. Nunca tinha estado numa situação destas, sei que ao não votar estrei a contribuir para um possível periodo de instabilidade ou mesmo para um governo (caso o PSD ganhe) contra os meus valores. No entanto sei perfeitamente que são nestes momentos que temos de assumir quais são as nossas opções, e a minha passa por não desculpabilizar ou esquecer actitudes que são indesculpáveis, mesmo que a consequência seja pior.

E agora o PSD. Honestamente não sei o que dizer, nem sei como é que este partido terá tantos votos (mais de 10% é um exagero para mim). Se tivesse escrito o que não queria que acontecesse no PSD não teria imaginado (e até julgo que tenho uma forte imaginação) tanta asneira junta. O PSD actualmente é um fantasma de partido, isto é, é algo que apenas as pessoas envolvidas no seu "misticismo" conseguem o ver. Não tem programa, não tem voz, não tem mais nada do que uma líder. Uma líder autoritária, que aniquila as vozes contrárias a ela e que segue um rumo que só Deus sabe qual é (não esquecer que sou ateu). Neste momento é o herdeiro da União Nacional (partido de Salazar). Tem um mote religioso (Politica de Verdade é decalcado da Igreja Católica), ultra-conservador , anti-liberal, anti-democrático e corporativista. Julgava que 40 anos de ditadura nos tinha dado os anti-corpos suficientes para estarmos imunes a este tipo de politica, parece que não!

Resta então o BE. Se votar em algum partido votarei em Bloco de Esquerda. Mas tenho mesmo muitos problemas em o fazê-lo. Porquê? Porque continuo a ver um partido que é um "lobo vestido de carneiro". Se concordo com muito do que eles defendem, a verdade é que quando ouço com atenção o que dizem, fico assustado. Exemplos: a maneira comoo Louça descreve o que irá fazer se tiver votos suficientes para ser importante, é profundamente anti-democrático. Ele até agora deu a entender que só votará a favor de posições identicas à do seu programa, o que se traduz na imposição do seu programa sobre programas que receberam mais votações. Se eu concordo que existem principios dos quais ele não pode abdicar, já vejo de muito dificil explicação o votar contra este Código de Trabalho (que não ataca os principios que ele defende) ou contra uma possível a privatização parcial das AdP. Por outro lado, mesmo pensando assim, por enquanto estou inclinado a votar BE. Por um simples facto, reconheço que ele tem feito um trabalho positivo e que mais cedo ou mais tarde o BE terá que ter alguma importância para sabermos se é mesmo um "lobo vestido de cordeiro", ou um partido com capacidade de governação.

Resumindo, julgo que estas legislativas foram uma supresa muito desagradável para mim. Se sou naif o suficiente para ter estado à espera de actitudes positivas por parte dos partidos no meio desta crise, sou pragmático o suficiente para saber que a reacção que aconteceu, no meio desta crise, é a normal que acontece. Não é a primeira vez que, como reacção a uma crise profunda a direita encontra a sua solução no autoritarismo, a esquerda radical no nacionalismo proteccionista e que quem está no poder não abdica do mesmo.

Só imaginava que a história passada e principalmente os erros do passado serviram para aprendermos...

Um verdadeiro mimo!!!



Duvidas existênciais:

1. Se "a altas horas da noite" não se deve dizer Boa Noite, diz-se o quê?

2. E se a critica fosse sobre violência doméstica em vez das imagens de guerra, trazia-se um casal para andarem à porrada?

3. O que é a Vickiepedia? A enciclopédia da Vickie?

4. Desde quando é que JPP é cinico?

Manuela Fica Louca (MFL)

Eu cá por mim, e depois do que se passou nos ultimos dias, apresento uma moção para mudarem o nome do Boneco da Manuela Ferreira Leite no Contra-informação para Manuela Fica Louca! Quem é a favor?

"Oh, Maravilhoso Mundo Novo..."

Existem livro que são assim, nos fazem questionar sobre o mundo. O mundo do livro, o mundo do autor, o nosso mundo e os mundos dos outros...

Uma questão, que agora vejo que era superficial, era porque motivo existia uma maior propagação de Orwell de que Huxley? Sei agora que, embora superficial, era uma pergunta importante. Mas necessitei da leitura completa do livro para ter essa noção.

É que, enquanto o "socialista" Orwell cria uma realidade externa a nós próprios, algo que todos nós podemos apontar o dedo, o "conservador" Huxley cria uma obra ao mesmo tempo estranha e intimista. É dificil ler a obra de Huxley e não nos olharmos um pouco ao espelho. De não revermos um pouco em que é que acreditamos e porque é que acreditamos. Lemos com um misto de censura e fascínio, e nesse paradoxo temos a sensação de querer fugir a esta realidade bem mais real que o mundo orwelliano.

E no entanto, que melhor sitio e tempo para ler esta obra, do que Portugal do Sec. XXI. Esse local onde a pressão social é suficientemente forte para normalizar o individuo, mas onde a liberdade económica nos permite obter a satisfação de viver num maravilhoso mundo novo tecnológico e guardar uma pouco da nossa individualidade vivida em comunidade. Onde o ideal de beleza eterna é cultivado por esses ginásios fora, e onde ser saudável é alvo de culto e são olhados com estranheza todos os amantes de vicios polutos como o tabaco. Onde, quando tu sentes uma profunda tristeza, ou solidão, ou qualquer uma dessas emoções proscritas, te é diagnosticado uma leve depressão, ou um esgotamento, e te dão um pouco de felicidade embrulhados em forma de comprimidos Prozac ou Valium, que não é mais que o equivalente moderno do Soma!

Na esplanada...

Estava sentado na minha habitual esplanada. Fazia sudoku, enquanto bebia o meu café e fumava um cigarro.
Entretanto um casal chegou. Ou melhor, chegou primeiro os seus cheiros a banho e perfume, do que eles. A acompanha-los estava um rotweiller açaimado - uma raridade em Lisboa - e o seu filho. Eram uma típica famíia d classe média de Lisboa.
Para além do cheiro e do cão, nada me despertava a atenção e continuei no meu jogo, até que, uma voz aguda e exageradamente audível quebrou a minha concentração:
- "Pai, quero um gelado"
O pai, prevendo o rol de exigências do seu filho, levantou-se vagarosamente e deslocaram-se até ao cartaz dos gelados:
- "Quero este!" disse a miniatura de homem, apontando para o seu gelado favorito
- "Não há"
- "Quero este" voltou a repetir
- "Não há! Mas como este - o Epá - que é muito bom!"
E antes que o seu filho voltasse a falar, abriu a arca onde estavam os gelados, tirou o Epá e voltou para o seu lugar. A mãe mantinha-se silenciosa.
No entanto o filho não se deu por vencido com o gesto do seu pai. Manteve-se junto ao cartaz e começou a pedir de uma forma cada vez mais audível:
- "Pai, quero este!"
Vendo-se ignorado pelo seu pai, decide mudar de interlocutor:
"mãee..."
"Mmãee..."
"MMÃÃÃEEE..."
Cada vez mais alto e agudo, começando a transformar a sua voz de criança numa voz estridente de sirene.
Decido então olhar para a reacção dos seus pais. Ambos olhavam para o infinito, como se meditassemm ignorando por completo o mindo à sua volta. Eram os unicos, pois todos os outros, comigo incluido, não podiamos ignorar aquela voz aguda, suplicante a pedir a atenção dos seus pais...