Qualquer viajante dir-vos-á que existe uma diferença significativa entre ser-se turista e ser-se viajante. Não sei ainda se já sou viajante, no entanto tenho a certeza que turista não o sou. E tive esta certeza quando fui a Londres ajudar na campanha para os Liberais Democratas ingleses.
Se fosse turista esta experiência teria sido terrível. Dois dias e meio a trabalhar não é claramente a ideia de viagem perfeita para um turista. No entanto tenho de confessar que foi uma experiência muito enriquecedora para mim.
Raramente tenho oportunidade de conhecer a faceta mais “prática” de uma cidade. Sempre tive curiosidade em saber como é que as pessoas interagem entre elas, como são as suas casas ou como são os bairros das pessoas que realmente vivem na cidade. Eu sei que foram apenas dois dias e meio, que no fundo nunca abandonei a condição de “extraterrestre”. No entanto foram dois dias intensos, e de intenso trabalho e de convívio com inúmeras pessoas.
A vantagem deste tipo de viagem é que temos uma experiência por dentro em vez de uma mera experiência externa. Temos uma pequena imagem das pessoas no seu “habitat” natural, da sua simpatia e generosidade, da sua vontade de ter o trabalho pronto, mas reservando sempre espaço para um convívio ao fim do dia no pub mais próximo.
Uma campanha na Inglaterra é uma perfeita loucura, principalmente na última semana. As máquinas não param de imprimir, as pessoas correm sem parar. Qualquer ajuda é bem vinda porque trabalho nunca falta. Existem diferenças profundas na atitude e na forma de se fazer campanha. As campanhas em Inglaterra, dado os círculos uninominais, têm uma componente bastante local e o esforço é feito bairro a bairro, rua a rua, porta a porta. Todos os dias estão a sair panfletos e serem distribuídos. Elaboram-se cartas personalizadas. Contam-se votos e existe uma forte pressão pessoal. Infelizmente não pude estar presente no dia das eleições, que é quinta-feira, mas dizem-me que esta loucura é ainda maior, com a distribuição a começar às 04h00 da manhã e termina quando as urnas fecham.
E no meio desta loucura pude ainda aproveitar para experienciar todos os pequenos detalhes que na minha estadia anterior me tinham escapado. Por exemplo, de como o conceito das caixas de correio na Inglaterra é profundamente diferente das nossas, sendo maioritariamente colocadas nas portas da própria casa, mesmo que seja de um apartamento de um prédio. E de como este facto vez criar formas para que as pessoas não olhem directamente para dentro das casas através das caixas de correio. Outro exemplo é a forma como o espaço público está sempre impecavelmente arranjado, não deixando antever que por dentro de um prédio, que passaria de classe média cá, está algo muito próximo de habitação social, cheia de culturas e cheiros distintos.
E é isto que tornou esta experiência algo única, pois ao estar num sítio a executar uma tarefa que me obrigou a ir a todo o bairro, tive oportunidade de ver todos estes detalhes, todos os pormenores que uma visão mais superficial me escaparia.
Numa pequena palavra esta experiência foi: Brilliant!
Se fosse turista esta experiência teria sido terrível. Dois dias e meio a trabalhar não é claramente a ideia de viagem perfeita para um turista. No entanto tenho de confessar que foi uma experiência muito enriquecedora para mim.
Raramente tenho oportunidade de conhecer a faceta mais “prática” de uma cidade. Sempre tive curiosidade em saber como é que as pessoas interagem entre elas, como são as suas casas ou como são os bairros das pessoas que realmente vivem na cidade. Eu sei que foram apenas dois dias e meio, que no fundo nunca abandonei a condição de “extraterrestre”. No entanto foram dois dias intensos, e de intenso trabalho e de convívio com inúmeras pessoas.
A vantagem deste tipo de viagem é que temos uma experiência por dentro em vez de uma mera experiência externa. Temos uma pequena imagem das pessoas no seu “habitat” natural, da sua simpatia e generosidade, da sua vontade de ter o trabalho pronto, mas reservando sempre espaço para um convívio ao fim do dia no pub mais próximo.
Uma campanha na Inglaterra é uma perfeita loucura, principalmente na última semana. As máquinas não param de imprimir, as pessoas correm sem parar. Qualquer ajuda é bem vinda porque trabalho nunca falta. Existem diferenças profundas na atitude e na forma de se fazer campanha. As campanhas em Inglaterra, dado os círculos uninominais, têm uma componente bastante local e o esforço é feito bairro a bairro, rua a rua, porta a porta. Todos os dias estão a sair panfletos e serem distribuídos. Elaboram-se cartas personalizadas. Contam-se votos e existe uma forte pressão pessoal. Infelizmente não pude estar presente no dia das eleições, que é quinta-feira, mas dizem-me que esta loucura é ainda maior, com a distribuição a começar às 04h00 da manhã e termina quando as urnas fecham.
E no meio desta loucura pude ainda aproveitar para experienciar todos os pequenos detalhes que na minha estadia anterior me tinham escapado. Por exemplo, de como o conceito das caixas de correio na Inglaterra é profundamente diferente das nossas, sendo maioritariamente colocadas nas portas da própria casa, mesmo que seja de um apartamento de um prédio. E de como este facto vez criar formas para que as pessoas não olhem directamente para dentro das casas através das caixas de correio. Outro exemplo é a forma como o espaço público está sempre impecavelmente arranjado, não deixando antever que por dentro de um prédio, que passaria de classe média cá, está algo muito próximo de habitação social, cheia de culturas e cheiros distintos.
E é isto que tornou esta experiência algo única, pois ao estar num sítio a executar uma tarefa que me obrigou a ir a todo o bairro, tive oportunidade de ver todos estes detalhes, todos os pormenores que uma visão mais superficial me escaparia.
Numa pequena palavra esta experiência foi: Brilliant!
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