Este blogue está em coma!

É com bastante tristeza que escrevo este artigo para comunicar que este blogue vai estar em coma nos próximos tempos. Por motivos pessoais não vou ter a disponibilidade para continuar a minha participação blogueira (quer como escritor quer como comentador). Como não tenho data prevista para reiniciar a minha actividade aqui e como, uma vez blogguer sempre blogguer, não dou o blogue como terminado, apenas é uma pausa sem fim marcado.
Neste ultimo artigo desta fase não podia deixar de mencionar e agradecer profundamente a todos que me ajudaram a construir os artigos, que perderam um pouco do vosso tempo a ler os artigos criados por esta cabeça tão "Tuga" e que ainda perderam um pouco mais de tempo a escrever comentários e artigos.
Muito se passou nestes 20 meses desde o inicio, o próprio blogue, que começou como blogue colectivo, transmutou-se um pouco e passou a incluir entrevistas, artigos de outros escritores de blogues e a criação de dossiers. O ambiente que encontrei em Portugal foi bastante diferente daquele que encontrei quando criei o Wall of Speech. Portugal é um meio um pouco mais fechado nesse aspecto o que dificulta um pouco mais a tarefa. No entanto essa dificuldade também traz uma maior gratificação, e a possibilidade de encontrar pessoas extremamente interessantes e participativas.
A verdade é que neste meio encontrei um Portugal diferente, um país preocupado com os nossos problemas, um país que se mexe e é criativo, a quantidade de blogues com qualidade é enorme e embora muitos não tenham a visibilidade merecida não deixam de continuar a operar.
O sonho de me tornar bloguer profissional fica para outras nupcias, o sonho de ter criado um espaço um pouco diferente só vocês, leitores, poderão dizer.
A todos, os meus mais profundos agradecimentos e continuem por aí, a encher páginas com os vossos pensamentos e informações...
Com os meus melhores cumprimentos,
Até um dia futuro,
Stran

Tema livre

Peço desculpa antecipadamente pela escrita deste artigo. É potencialmente o artigo mais desinteressante que escrevi, pois é dos mais intimos.
Hoje decidi escrever em tema livre (nesta altura da escrita ainda não sei sobre o que será), não que seja obrigado a escrever sobre determinado tema (a não ser em periodos de "dossier") mas hoje escrevo livremente.
Não me apetece comentar sobre os acontecimentos da "Quinta", nem as suas reacções. Muito menos me apetece escrever sobre qualquer um episódio, ou sobre os milhões de euros que estão a ser desperdiçados na EMEL (escreverei sobre isto mais tarde).
Hoje dou por mim a pensar: Porque é que vale a pena escrever num blogue? Sinto-me exausto (deve ser da falta de férias), e muitas vezes falta-me a inspiração para escrever sobre este ou aquele tema. No entanto sinto que vale a pena escrever neste blogue e porquê?
Pelas pessoas que já tive oportunidade de conhecer, pelos contributos valorosos nas caixas de comentários, pela liberdade de dizer o que me apetece. Por isso hoje simplesmente me apetece dizer:
OBRIGADO!!!
Obrigado a todos os que passam por aqui, os que escrevem e não se importam de eu vos chatear com os meus mails. A vida de escritor de blogue é muitas vezes solitária e exigente (não existe pessoa mais exigente do que nós próprios) mas a sensação de quando alguém comenta ou contribui é demasiado recompensante e faz valer a pena todas estas alturas que estamos sem inspiração.
E muitas vezes perco tempo com personagens portuguesas que se calhar não deveriam ter tanto relevo, quando comparados com vós que aqui lêem e escrevem noutros blogues, que escrevem os seus comentários, pois a vossa preocupação é genuina e desprovida de outros interesses.
Portanto parabéns a todos vós que compõem e permitem que este espaço, e outros identicos, exista.

O poder mágico da Melanina

Hoje gostaria de vos falar sobre o poder mágico de uma substância que qualquer ser humano produz: a Melanina.

Fui ao wikipedia e retirei a sua definição:

“Melanin is a class of compounds found in the plant, animal and protista kingdoms, where it serves predominantly as a pigment. The class of pigments are derivatives of the amino acid tyrosine. The most common form of biological melanin is eumelanin, a brown-black polymer of dihydroxyindole (also known as hydroquinone), dihydroxyindole carboxylic acid, and their reduced forms. Another common form of melanin is pheomelanin, a red-brown polymer of benzothiazine units largely responsible for red hair and freckles.”

E é isto que a ciência nos diz. No entanto para alguns “místicos” e visionários isto não é suficiente. Para essas pessoas (com capacidade de raciocínio duvidosa) não lhes interessa o que é mas sim a sua quantidade.

Para eles, esta substancia quando produzida em elevadas quantidades tem o poder de transformar seres humanos em “selvagens perigosos” ou em “criminosos natos”. Deve ser um elixir do mal certamente, produzido pelo próprio Diabo e que transforma por completo um ser humano ao ponto de alguns classificarem de sub-raça todos os seres humanos que apresentem quantidades fora de um certo intervalo.

Por mim, sou mais céptico e ligo só à ciência. Para mim é um simples composto que serve como pigmento, e que nos protege dos raios solares. Tudo o resto não passa para mim de uma enorme estupidez que eu julgava que não era aceitável em pleno século XXI!

Prédios Devolutos

Agora que a poeira assentou (de forma literal e figurada), talvez seja tempo de olhar para a questão dos prédios devolutos sob outro prisma. Nesta discussão muito se fez para justificar as diversas posições e opções de resolução.

Hoje o meu pensamento levou-me a fazer outras contas. Muito se fala (principalmente nos debates esquerda-direita) da questão do dinheiro de todos (impostos) ser utilizado para beneficiar uns quantos. Embora, derivado da minha visão, em muitas situações justifica-se eu coloco-me a seguinte questão:

Será que o dinheiro de todos deve ser utilizado para permitir a existência de prédios devolutos?

O raciocínio é simples, todos os proprietários são obrigados, pelo RGEU - Regulamento Geral das Edificações Urbanas a manter a sua propriedade em boas condições (Alguns exemplos de artigos estão em post scriptum). Caso não o cumpram como em todos os casos em que uma pessoa não cumpra existem penalidades. Neste caso podem se traduzir em obras coercivas e coimas (fonte aqui).

É sobre este ultimo aspecto que gostava de comentar. O valor das coimas é no seu máximo de 99.759,40 Eur no caso de pessoas singulares ou de 249.398,50 Eur no caso de pessoas colectivas. Ora no caso de prédios devolutos é obvio que existe infracção e que a mesma é muito grave (afinal a ausência de obras é de tal gravidade que já nem se pode habitar).

Sendo assim a CML perde uma enorme fonte de receita, sendo obrigada a pedir mais impostos para poder suportar os custos que tem.

Caso a CML não negligenciasse esta fonte de receita então teria de aplicar esta Coima aos 3.800 edifícios que se encontram devolutos. A CML teria uma receita cerca de:

- 379.085.720,00 Eur;

No caso de pessoas singulares. Mas, se por estranha coincidência, fossem todas pessoas colectivas então arrecadaria cerca de:

- 947.714.300,00 Eur.

Ora o primeiro valor (o mais baixo), representa 70% do Orçamento da C.M.L. Sendo que este tipo de receita é pontual, mesmo que só se aplicasse num ano significaria que a CML, caso quisesse poderia cobrar menos 70% de impostos nesse ano.
E, parafraseando muitos “políticos da Praça”, isto é "algo que qualquer politico “gostaria” de fazer!!!"



Post Scriptum (ou vulgo P.S.):

"Artigo 9.º
As edificações existentes deverão ser reparadas e beneficiadas pelo menos uma vez em cada período de oito anos, com o fim de remediar as deficiências provenientes do seu uso normal e de as manter em boas condições de utilização, sob todos os aspectos de que trata o presente regulamento.

Artigo 10.º
Independentemente das obras periódicas de conservação a que se refere o artigo anterior, as câmaras municipais poderão, em qualquer altura, determinar, em edificações existentes, precedendo vistoria realizada nos termos do artigo 51.º, § 1.º, do Código Administrativo, a execução de obras necessárias para corrigir más condições de salubridade, solidez ou segurança contra o risco de incêndio

Artigo 128.º
As edificações serão delineadas e construídas de forma a ficar sempre assegurada a sua solidez, e serão permanentemente mantidas em estado de não poderem constituir perigo para a segurança pública e dos seus ocupantes ou para a dos prédios vizinhos.

Artigo 147.º
Tanto nas habitações desatinadas ao alojamento de três ou mais inquilinos acima do rés-do-chão como em todas as edificações com mais de três pisos, incluindo o rés-do-chão e o sótão, quando habitável, todas as paredes e os revestimentos dos tectos serão resistentes ao fogo. Todas as estruturas metálicas que suportem elementos de construção em edificações abrangidas pelo presente artigo serão eficazmente protegidas contra a acção do fogo por revestimentos de materiais isoladores com a necessária espessura."

Outras Escolhas

Há pouco tempo escrevi um post sobre escolhas, no entanto, e como afirmei na vida tudo é feito de escolhas. Gostava de olhar para alguns números, sem preconceitos, nem demagogias. Nomeadamente hoje gostaria de falar sobre o lucro de algumas empresas nomeadamente nas empresas do PSI-20.

Fui à procura para saber quanto é que tinha sido o lucro das maiores empresas no ano de 2007. Encontrei então esta noticia onde pude saber, aproximadamente o lucro:

- 5.500.000.000 Eur.

É um numero bom (afinal vivemos numa altura que não se questiona o lucro), no entanto ele foi produzido pois os decisores das empresa assim o quiseram. Neste caso decidiram distribui-los aos seus accionistas (quer por via de dividendos, quer por via de valorização de acção).

O que é que poderia acontecer caso a escolha deste decisores tivesse sido de forma diferente?

Para o caso explorei o facto de o que poderia acontecer caso distribuissem 50% desse valor (2,75 mil milhões de euros) em forma de prémio pelos seus colaboradores. Mais uma vez fui à procura do número de empregados e cheguei a esta noticia. Sendo que não tinha o valor de todas, fiz uma média doas valores e arredondei para cima (em média utilizei o valor de 15.000 empregados por empresa) chegando ao valor de 300.000 empregados no total. Ora se estes decisores tivessem escolhido esta ultima opção distribuiriam por empregado, cerca de:

- 9.166,67 Eur;

E enquanto para alguns isto não é nada, para a esmagadora maioria seria uma lufada de ar fresco nas suas contas pessoais e uma motivação extra para trabalharem mais e melhor.

Escolhas

A organização de um Estado é feita de escolhas de Recursos que são escassos. Como tal devemos sempre ter uma atitude crítica e não dogmática sobre todas as escolhas. Este meu pensamento recaiu hoje sobre a forma de organização que chamamos Autarquias.
O pensamento é breve e é o seguinte: Será que necessitamos de tantas pessoas para nos representarem nas autarquias?

Primeiro necessitamos de saber quantas pessoas é que nos representam. Depois de algum custo consegui determinar o número: 43.547 (que são o número de mandatos para Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Assembleia de Junta de Freguesia). Isto significa que existe 4,1 pessoas por cada 1000 Residentes.

Para poder comparar ter uma melhor noção do que isto representa, e talvez inspirado no tema de ontem, fui verificar qual é a permilagem de Médicos por Habitantes. Fui ao INE e então cheguei ao valor: 3,5!

É verdade, temos mais pessoas que nos representam do que pessoas que nos "curam"!

E como o nome deste artigo diz, é uma questão de escolhas.
Será que queremos tantos representantes ou era preferível contratar mais médicos para termos um melhor S.N.S?

A resposta compete a cada um de nós responder…

Saúde

Estando a discutir o S.N.S. no mui estimado blogue Ladrões de Bicicletas, resolvi fazer aqui um exercício puramente especulativo e altamente amador sobre esta temática.
A questão que me assaltou a cabeça foi: “quanto é que custa o SNS e como seria comparado com um seguro”? Isto é quanto é que as pessoas passariam a pagar caso fossem só seguros e não existisse SNS. Por motivos de tempo resolvi, para ter uma boa comparação comparar o SNS com um Seguro que oferecesse o máximo de cobertura (para estar em pé de igualdade com o SNS). Depois de pouco pesquisar encontrei o Victoria Seguro, só que infelizmente não tinha as clausulas pelo que quanto às exclusões (que presumo sejam idênticos utilizei o do BES).

Sendo assim sabemos que o Ministério da Saúde nos custa cerca de 8.000.000.000 Eur por ano, um número assustador sem dúvida, no entanto, dividido pelo número aproximado de pessoas (cerca de 10.000.000) chegamos à conclusão que nos custa, a cada um 800,00 Eur anualmente. Será que é muito?

Para isso fui então fazer a simulação para um Seguro de Saúde de cobertura total. Para este primeiro exercício utilizei uma pessoa do sexo masculino nos seus 20 anos. Após as opções escolhidas cheguei ao montante final: 561 Eur!!!
“Fogo!!” foi a minha primeira reacção. Mas durou 5 segundo pois sabia que tinha escolhido uma idade em que existe pouca necessidade de cuidados, assim fiz a mesma simulação mas agora como tivesse apenas 1 ano de idade… Outra vez escolhido as opções chega o valor mágico: 1.118 Eur!
"Oh diacho!", afinal neste caso já ficava bem mais caro. Humm, decidi então verificar quanto custaria se me estivesse a reformar. Escolho a data, carrego no botão para prosseguir e chega, sem aviso, o alerta “só se faz seguros entre 0-59”! Pensei para os meus botões “bem se houvesse agora uma transformação para seguros existia muita pessoa que estava tramada!”.

Bem resolvi então fazer a simulação para 59 anos, e eis que:

2.365 EUR!!!

Sim quase o triplo do que custa o S.N.S!!!

Pois parece que afinal para bastantes pessoas não é assim um tão bom negócio, mas resolvi, como quem não quer a coisa, verificar algumas exclusões. Então fiquei a saber que:

“- Cirurgias e/ou tratamentos destinadas à correcção de malformações congénitas, excepto quando digam respeito a crianças nascidas durante a vigência do Contrato e incluídas antes de completarem 60 dias de idade.”

“- Doenças crónicas do foro psíquico”

“- Consultas, testes e tratamentos relativos a infertilidade ou inseminação artificial.”

- “Hemodiálise” e “Transplantes de Orgãos”

- “Infecção por HIV e suas implicações.”

- “Acidentes ocorridos e doenças contraídas por força de calamidades naturais de tipo catastrófico, durante revoluções ou devido à existência de um estado de guerra, declarado ou não.

- “Lesões ou doenças provocadas por radioactividade.”

- “Doenças infecto – contagiosas, quando em situação de epidemia declaradas pelas
autoridades de saúde.”

- “Check-up e exames gerais de saúde.”

Estão todos excluídos. Sim, se por acaso for esquizofrénico, azar, contraiu Sida, Azar, existe uma epidemia, AZAR, quer fazer um check up, AZAR, etc, etc, etc…

Ou seja analisando a questão, se quer ter um seguro de Saúde e pode para ter acesso a um serviço melhor, tudo bem, mas se começa a ter a noção peregrina e enganadora de que os privados é que são bons, pense duas vezes! É que se isso acontecer vai ter menos cuidados de saúde, com os mesmos defeitos que o SNS tem agora e a pagar muito mais pelos seus custos de Saúde!!!

Declarações infelizes...

Há dias assim. Uma pessoa acorda, vai para o trabalho e no meio da fila de transito iga o carro para ouvir as notícias. E eis que é confrontado com declarações no mínimo infelizes de uma pessoa que lidera o partido da oposição:

"O Objectivo da Família é a procriação".


São frases como estas que nos fazem acordar para a realidade. Portugal ainda é muito retrogado em termos sociais. É a unica explicação para que ainda ouçamos este tipo de afirmações. Primeiro, julgo que o objectivo da familia é determinado pela própria familia. Pensava eu, que na minha familia nós é que decidiamos o nosso próprio destino e que a familía iniciava-se quando duas pessoas decidem partilhar a sua vida porque gostam uma da outra. Parece que para alguns isso não acontece e parece que para essas pessoas afinal só nos juntamos para copular com o objectivo de procriar. Aliás ao que parece é que caso decidamos não procriar então deixamos de ser uma familia. Todas aquelas histórias e lengalengas que quando ocorre um casamento acontece parece afinal que não fazem sentido nenhum e que deveriam serem substituidas pelo seguinte:


"Maria, aceita José para seu esposo e procriar com ele?


e


José, aceita Maria para sua esposa e procriar com ela?"


Convenhamos que simplificaria bastante o casamento.


Mas ainda mais interessante é a como apareceu esta frase. Esta frase apareceu como justificação para ser contra os casamento entre homossexuais. Ora isto é de uma desonestidade brutal, sabendo nós que casais homossexuais não podem ainda adoptar crianças, esta justificação pode apenas serve para camuflar um preconceito ainda vigente em alguns sectores da nossa sociedade.


Ok, poderão me dizer que a Ferreira Leite estava a falar no acto de gerar uma nova vida (manifestamente impossível no caso dos casais homossexuais). Se assim for então ainda se tornam mais infelizes, pois assim estaria a defender que um filho adoptado não fosse considerado parte do agragado familiar e não deveria dar direito a incentivo fiscal e isso julgo que nem o conservadorismo, tanto da Ferreira Leite como da nossa sociedade, iria tão longe.